Por Karin Fuchs
Durante muito tempo, ser vendedor foi visto como um bico, um degrau provisório, uma profissão de quem não tinha outra opção. E isso criou um estigma perigoso: o próprio vendedor passou a acreditar que sua carreira não era digna de status, de orgulho ou de reconhecimento. Marcio Silva, diretor de Operações Comerciais da Karvi Brasil, desmistifica totalmente este estigma.
“Ser vendedor não é um bico. É ser especialista em entender pessoas, é ter coragem para lidar com rejeições, é ter inteligência para criar soluções.
Ser vendedor é ser profissional da transformação. E chegou a hora de vestir essa camisa com orgulho”, afirmou.

Segundo ele, o vendedor é quem movimenta a economia, porque seu trabalho exige técnica, estudo, inteligência emocional e estratégia, porque ele não vende apenas produtos, ele transforma a vida do cliente, e porque toda grande empresa nasce e cresce a partir de um vendedor que acreditou. “Nada, absolutamente nada, acontece sem uma venda. A medicina precisa de venda. A engenharia precisa de venda. A tecnologia precisa de venda. Até as maiores ideias do mundo só ganham vida quando alguém as vende para alguém”, especificou.
Silva relatou que ao longo de 27 anos que completa como gestor e desenvolvedor de pessoas no mercado automotivo, aprendeu que o maior patrimônio de um vendedor não é a carteira de clientes, nem a marca que ele representa. “É a confiança que ele tem em si mesmo. É se valorizar e entender que você é um consultor de sonhos. Cada carro ou serviços vendidos carrega histórias, famílias e conquistas”.
A dica dele é estudar, investir em autoconhecimento e não esperar que o reconhecimento venha só da empresa. “O primeiro passo é reconhecer seu próprio valor. Quando o vendedor acredita nele mesmo, o cliente também acredita. Aí quando chega um cliente originário de uma indicação satisfeita com seu atendimento, este sim é o prêmio mais autêntico para a sua vida”, acrescentou.
Vender no varejo de autopeças
Em autopeças, como todos sabem, o conhecimento técnico para um bom atendimento faz toda a diferença. Para se aprimorar e estar bem atualizado, Silva descreveu. “O mercado de autopeças se transforma diariamente com tecnologia, conectividade e agora com a chegada da eletrificação. O profissional precisa ser curioso, aberto ao aprendizado contínuo. Isso significa buscar treinamentos, acompanhar lançamentos, entender não só a peça, mas a experiência que ela entrega para o cliente”.
Ele complementou que o diferencial não é apenas saber ‘o que vende’, mas explicar com clareza e didática o porquê aquela solução é a melhor para o cliente. “Um bom vendedor de autopeças é também um educador, portanto é necessário muito preparo e dedicação”, ressaltou.
Vendedor multicanal
Hoje, como posto por Silva, o vendedor tem que ser multicanal. “Hoje não existe mais fronteira entre físico e digital. O cliente pesquisa na internet, compara preços, mas o que ele busca de verdade na minha opinião é confiança e relacionamento humano. O vendedor precisa ser multicanal: atender bem no WhatsApp, responder rápido no digital, mas também receber o cliente com energia e acolhimento na loja. Já vi muitos vendedores aquecerem o cliente no digital com energia e bons argumentos e na prática não conseguiu imprimir a mesma energia”, explicou.
Ele também aproveitou para dar uma dica aos vendedores no digital. “Pergunte primeiro o canal que seu cliente prefere ser atendido antes de sair enviando áudios intermináveis sem entender se esta modalidade é comum a ele . A grande diferença é a experiência: online você tem preço, mas offline você tem vínculo. E é esse vínculo que fideliza”, afirmou.
Confiança e credibilidade
Silva sempre acreditou que a confiança nasce da coerência entre o que se fala e o que se entrega. “Para transmitir credibilidade, o vendedor precisa escutar de verdade o cliente antes de oferecer qualquer coisa, ser transparente: falar dos prós, mas também dos limites do produto, cumprir prazos, combinar e entregar, se houver contratempos, ele deve ser o primeiro a saber e acho também importante falar da postura ética, pois o cliente percebe quando você está preocupado com ele e não apenas com a comissão. No final das contas confiança é fruto de consistência. Não é um ato isolado, é um comportamento diário”, frisou.
Como gestor e educador, Silva deixou algumas dicas para os vendedores se destacarem cada vez mais na sua profissão. “Minha dica como gestor e educador é: seja curioso, seja resiliente e seja humano. O mercado vai mudar, as tecnologias vão avançar, mas nada substitui o brilho no olhar de quem gosta do que faz. O vendedor que se destaca é aquele que entende que não está vendendo apenas um carro, um serviço ou uma peça. Ele está ajudando uma pessoa a realizar um projeto de vida. E quando você conecta propósito com técnica, não tem concorrência que derrube. O vendedor vira um profissional indispensável”, ressaltou.
Para finalizar, disse ele, “vendedores, foco no propósito de vida muito bem desenhado, energia, entusiasmo e uma dose generosa de técnica e conhecimento é o segredo do seu sucesso!!!”, concluiu.
Fonte: Balcão Automotivo