Jeep Compass ressurge renovado com motor de 272 cv

Jeep Compass ressurge renovado com motor de 272 cv
Jeep Compass ressurge renovado com motor de 272 cv

Por Bruno de Oliveira

Pesquisas de mercado são importantes para as montadoras entenderem os gostos e tendências dos consumidores. Também servem principalmente para avaliar produtos já disponíveis no mercado. E foi o que a Stellantis fez nos últimos meses com a sua marca Jeep para delinear a linha 2025 do utilitário esportivo Compass.

Os dados da pesquisa indicaram que os consumidores estariam interessados em veículos que conseguissem oferecer uma boa equação envolvendo preço e performance. A montadora, por sua vez,  deu início ao desenvolvimento de duas novas versões do SUV médio: Blackhawk e Overland.


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A família Compass cresceu, diga-se de passagem, e tem agora sete versões renovadas. Sobre as estreantes, o Compass Blackhawk chega o mercado por R$ 279.990. A Overland, por sua vez, custa R$ 266.990. A principal novidade está sob o capô, no caso, o motor Hurricane 2.0 turbo, movido a gasolina, que entrega 272 cv de potência.

Motor Hurricane é importado e equipa outros modelos Jeep, como Wrangler e Grand Cherokee

Ele é peça fundamental da estratégia da montadora com a versão topo de linha Blackhawk, criada para atender às exigências de um novo mercado.

Por duas razões: a primeira, para sanar um certo estorvo apontado por consumidores na pesquisa, que relataram o Jeep Compass um tanto quanto pesado para um motor que não conseguia tracioná-lo como deveria, segundo os clientes – em referência ao 1.3 GSE turboflex de 185/180 cv.

O Hurricane, que é produzido na Itália e, portanto, importado para o Brasil, de fato resolveu isso como uma solução caseira. O conjunto equipa outros grandalhões da Jeep no exterior, como o aventureiro Wrangler e o Grand Cherokee, além da picape Ram Rampage produzida em Goiana (PE).

A reportagem pode constatar em pista que, de fato, o Jeep Compass Blackhawk entrega um desempenho maior do que as demais versões equipadas com o motor T270 turboflex ou mesmo o TD350 turbodiesel. Os relatos sobre a experiência ao dirigir estarão disponíveis, em vídeo, aqui na Automotive Business a partir de quinta-feira, 18.

Alerta de spoiler: em um trajeto de pouco mais de 30 quilômetros entre Punta del Este e Jose Ignacio, no Uruguai, o SUV mostrou que falta de potência e torque é algo que ficou no passado, com um 0 a 100 km/h em pista paviamentada em cerca de seis segundos.

Veículos chineses estabeleceram novo padrão no mercado

O segundo fator que determinou a concepção do renovado Compass Blackhawk tem a ver com o atual cenário do mercado de SUVs no país. A montadora não confirma oficialmente, mas acrescentar uma versão parruda à linha também pode ser traduzido como uma resposta à chegada de modelos chineses que disputam a mesma fatia de mercado de utilitários esportivos médios.

Um exemplo é o Caoa Chery Tiggo 7 Sport, que chegou ao mercado em março. Ainda que o Compass ofereça mais conteúdo na sua versão Blackhawk, o SUV produzido pela Caoa em Anápolis (GO), e que é vendido por R$ 134,9 mil, ilustra bem o movimento das montadoras no segmento com estratégias de preço agressivas.

Tanto que a versão 2025 do Jeep Compass Sport, esse um concorrente diretíssimo do Tiggo 7 Sport, teve redução de R$ 5 mil no seu preço de estreia na comparação com a linha anterior: custa, portanto, R$ 179.990.

E não apenas a versão Sport chega mais barata. As demais também custam menos na linha 2025, com descontos que variam até R$ 20 mil.

A versão Blackhawk do Compass servirá de termômetro para ver se ainda há interesse no mercado por veículos nesta faixa de preço desprovidos de algum auxílio elétrico em seu powertrain. Por R$ 214 mil, por exemplo, o consumidor pode comprar um Haval H6, da GWM, com motorização híbrida. A briga é boa.

De qualquer forma, esta deverá ser a última linha do Compass puramente a combustão produzida no país, considerando o planejamento da Stellantis que tem como foco a descarbonização. A fabricante ainda não confirma, mas o SUV será um dos modelos nacionais construídos nas plataformas eletrificadas Bio-Hybrid. Quando isso irá acontecer?

“Tudo ao seu tempo”, disse Hugo Domingues, vice-presidente da Jeep na América do Sul.

Fonte: Automotive Business

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