Faltando pouco para o término de 2025, a Fenauto já computou no acumulado do ano, até outubro, 15.244.066 de veículos transacionados, 17% a mais do que o mesmo período do ano passado, incluindo automóveis, comerciais leves, comerciais pesados e motocicletas. Somente em outubro foram 1.765.539 de unidades comercializadas, 4% acima do mês anterior, e com uma média diária que atingiu a marca de 76.763 unidades. Com esse resultado, 2025 será recorde do volume de veículos seminovos e usados no País, desde que a entidade começou a contabilização os resultados.
Segundo Enilson Sales, presidente da Fenauto, “as projeções que fizemos durante o ano estão sendo realizadas e, por isso, devemos fechar 2025 com um total de 18 milhões de veículos comercializados, o maior volume já registrado no segmento em todos os anos, desde que iniciamos a contabilização dos resultados. O segmento vem apresentando uma excelente performance desde o início do ano e deve acelerar as vendas nos dois últimos meses, segundo nossas expectativas”, afirmou.
Novos
Na rede de concessionárias associadas à Fenabrave, outubro terminou com 260.758 unidades emplacadas, 7,19% acima do mês anterior, somando veículos leves e pesados. Já no acumulado do ano, a alta foi de 2,25% sobre o mesmo período de 2024, com 2.171.237 unidades emplacadas.
Por segmento, em outubro, 192.752 automóveis foram emplacados 7,96% a mais do que em setembro e no acumulado do ano, 1.603.828, resultado 2,51% superior aos dez primeiros meses de 2024. Comerciais leves totalizaram 451.433 unidades emplacadas no acumulado do ano, 3,58% acima do mesmo período de 2024 e 55.125 unidades em outubro, 4,38% a mais do que no mês anterior.
No segmento de pesados, 10.462 caminhões foram emplacados em outubro, 9,07% acima do mês anterior, já no acumulado do ano, a queda foi de 8,04%, com 92.137 unidades emplacadas, ante 100.390 entre janeiro e outubro de 2024. Na contramão, ônibus apresentou resultados positivos nas mesmas bases de comparação: 2.419 unidades em outubro (+ 4,40%) e 23.659 unidades no acumulado do ano (+ 3,90%). A título de comparação, o melhor desempenho do ano até outubro ficou para motocicletas: 1.823.553 de unidades emplacadas, 15,64% acima do mesmo período de 2024.
De acordo com Arcelio Junior, presidente da Fenabrave, “o ritmo diário foi levemente superior ao de setembro e o fato de outubro ter tido um dia a mais ajudou no resultado. Observamos, também, o crédito operando de forma mais funcional, que tem ajudado a converter intenção em venda, e um ambiente de políticas públicas que favorece eficiência e competitividade no tíquete de entrada, como o Programa Carro Sustentável, que reduziu ou zerou o IPI para compactos nacionais de maior eficiência”, comentou.
No período de 11 de julho a 31 de outubro, 163.403 veículos enquadrados no Programa Carros Sustentável foram emplacados, 26,1% acima do mesmo período de 2024, quando não havia os benefícios.
Sobre os resultados para caminhões, disse o executivo, “os negócios com caminhões estão condicionados a uma dinâmica de investimentos complexa, dada à volatilidade atual em segmentos como agro, construção e indústria. Os dois últimos meses foram positivos, o que pode amenizar a expectativa de queda este ano”, justificou.
Eletrificados
Pelas contas da Fenabrave, os veículos mais procurados, entre os eletrificados leves, continuam sendo os modelos híbridos. No acumulado do ano, 158.248 unidades foram emplacadas, 82,35% a mais do que no mesmo período do ano anterior, enquanto os 100% elétricos tiveram um crescimento menor, de 17,85%, na mesma base comparativa.
“Temos observado um aumento consistente nos veículos híbridos, que parecem estar sendo a opção mais desejada pelo mercado, entre as opções de eletrificação. Notamos um crescimento gradual deste tipo de tecnologia (100% elétricos), ainda que menor do que a híbrida, que cresce de forma mais expressiva. À medida em que os sistemas e infraestrutura de recarga
forem sendo aprimorados, talvez observemos um aumento mais forte das vendas deste segmento”, disse Arcelio Junior.
Anfavea na COP30
A tradicional coletiva mensal da Anfavea foi realizada diretamente da Casa do Seguro da CNseg, na COP30, no dia 13 de novembro, em Belém (PR), onde a entidade e as montadoras participam ativamente mostrando os caminhos para a descarbonização.
Igor Calvet, presidente da Anfavea apresentou os destaques do mês de outubro. As exportações tiveram uma queda de 23% em outubro, reflexo do fim do acordo entre Brasil e Colômbia. No mês, a participação da Argentina nos embarques brasileiros foi de 58% do total exportado. “O acordo entre Brasil e Colômbia foi encerrado formalmente no mês de setembro, mas na última semana já houve um acordo entre o presidente do Brasil e o presidente da Colômbia e teremos uma prorrogação por 12 meses”, comentou Calvet.
Outra notícia ruim foi a queda da produção de caminhões para o último trimestre do ano. O equivalente a um mês inteiro de produção. “Isso traz a realidade do que está acontecendo no mercado de caminhões. A taxa Selic foi mantida em 15% a.a., temos crédito, mas não estamos conseguindo manter a nossa capacidade de vender caminhões, sobretudo os pesados que representam 45% do mercado de caminhões. Isso se deve a um momento muito ruim, embora a safra e o PIB estejam positivos neste ano, mas os juros são empecilhos”, explicou Calvet.
No segmento de leves, o destaque foi para o Programa Carro Sustentável, com 154.600 unidades vendidas desde o início do programa, 20,5% a mais do que no ano passado, levando em conta os modelos que foram habilitados no programa neste ano. “Isso demonstra que os nossos produtos são muito sensíveis à tributação e ao preço”, justificou Calvet.
No acumulado do ano, as vendas de automóveis no canal varejo totalizaram 846.00 unidades, uma queda de 3,3% quando comparado janeiro a outubro de 2024, impulsionado pela retração de 8,3% das vendas de modelos nacionais, enquanto os importados tiveram uma expansão de 17,7%. A queda só não foi maior pelo aumento de 20,5% nas vendas de veículos habilitados no Programa Carro Sustentável. Na comparação de ambos os períodos, as vendas diretas cresceram 9,9%, somando 758.000 unidades.

China lidera emplacamentos de importados – Foto: Divulgação
Pelo terceiro mês seguido, a média diária de vendas em outubro foi menor que no mesmo período do ano anterior. Como resultado, o estoque de veículos atual é de quatro meses, sendo de 26 dias para os modelos nacionais e de 130 dias para os importados, não só das associadas da Anfavea.

Uma boa notícia para os fabricantes foi o aumento da participação no volume de emplacamentos de veículos eletrificados. No acumulado do ano passado, até outubro, das 138.700 unidades vendidas, 14,5% foram de modelos nacionais. No mesmo período deste ano, das 219.500 unidades vendidas, os nacionais corresponderam a 25% do total.
Ao todo, incluindo leves e pesados, 2.172.00 de unidades foram emplacadas no acumulado do ano, um crescimento de 2,2% sobre o mesmo período de 2024, sendo 2.057.00 automóveis e comerciais leves, ante 2.124.000 unidades no mesmo período de 2024, e 114.000 caminhões e ônibus, acima das 122.000 unidades vendidas de janeiro a outubro de 2024.
Quanto à produção, 2.234.000 de veículos leves e pesados foram produzidos neste ano, 5,2% a mais do que no mesmo período de 2024, sendo 2.099.000 leves e 135.000 pesados. O único segmento que apresentou queda no acumulado do ano foi o de caminhões, com uma retração de 7,3%, com um total de 108.800 unidades, ante 117.400 no acumulado de 2024.

BOX
Os usados mais procurados em outubro
Fonte: Fenauto
AUTO
Gol (VW) 76.597
Ônix (GM) 43.288
HB20 (Hyundai) 41.038
COMERCIAIS LEVES
Strada (Fiat) 41.798
Saveiro (VW) 25.014
Hilux (Toyota) 21.329
COMERCIAIS PESADOS
FH (Volvo) 3.141
Cargo (Ford) 2.856
F4000 (Ford) 1.633
Fonte: Balcão Automotivo





























