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Inadimplência das famílias brasileiras quebra recorde histórico pelo terceiro mês consecutivo

Percentual de pessoas que não sabem como pagar suas dívidas também subiu, fato que deve impactar vendas no comércio na Black Friday e no Natal

04/11/2025

Continuando a sequência de altas preocupantes, o índice de endividados subiu pelo terceiro mês seguido, chegando a 79,5%, bem como a proporção das famílias que atrasaram as parcelas de suas dívidas, renovando o recorde de 30,5%. O percentual de famílias que dizem não ter condições de pagar as dívidas em atraso também aumentou mais uma vez, alcançando 13,2%, renovando a maior taxa da série histórica.

Os dados foram apurados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), na edição de outubro da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada nesta terça-feira (4).

“O avanço no endividamento, na inadimplência e na percepção de insuficiência financeira simultaneamente e pelo terceiro mês seguido é um alerta para a necessidade de ajustes, principalmente na área fiscal, para que os resultados de 2025 não se repitam ou se agravem ainda mais em 2026”, afirma o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.

Com o endividamento e a inadimplência em níveis históricos, as famílias acabaram aumentando o tempo acumulado com parcelas de dívidas atrasadas. O percentual de famílias inadimplentes por mais de 90 dias avançou de 48,7% para 49,0%, o maior nível desde dezembro do ano passado (49,2%). O dado também preocupa, pois é o segundo mês em que o percentual de famílias cuja dívida dura mais de um ano subiu, de 31,1% para 32%.

Desafios para o trimestre mais promissor

Com a chegada das promoções de novembro, que culminarão na sexta-feira (28), apelidada de Black Friday, o comércio tende a reagir. Já no último mês do ano, as celebrações vinculadas à tradição de presentear, em especial o Natal católico, devem impulsionar as vendas em diversos setores. No entanto, o efeito “bola de neve” das dívidas que já tiveram – e seguirão tendo – incidência dos juros não sumirá com a chegada das decorações nas lojas.

“Nem mesmo o bom momento do mercado de trabalho tem sido suficiente para conter o avanço na inadimplência, tamanho o patamar atual dos juros. Nesse cenário, o comércio já sente desaceleração das vendas, uma vez que as famílias se veem obrigadas a promover ajustes no orçamento para se adaptar a essa realidade”, complementa o economista-chefe da CNC, Fabio Bentes.

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Fonte: CNC

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