Por André Barros
O resultado negativo de vendas de veículos em agosto, com recuo de 5% na comparação com o mesmo mês do ano passado e de 7,3% com relação a julho, somando 225,3 mil unidades, preocupa a Fenabrave. Ainda que a menor quantidade de dias úteis ajude a justificar a queda nas comparações de mês com mês no acumulado o crescimento chegou a 2,8%, bem abaixo das projeções divulgadas pela entidade em julho, já revisada para baixo com relação a janeiro, de avanço de 4,4% nas vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.
Foram emplacados 1 milhão 677 mil veículos de janeiro a agosto. A Fenabrave calcula um mercado de 2 milhões 752 mil até dezembro. Nos quatro meses que restam, portanto, precisam ser emplacados 1 milhão 75 mil veículos, ou 215 mil, em média por mês.

Dos oito meses de 2025 três superaram este volume, incluindo os dois últimos, julho e agosto, impulsionados pelo programa Carro Sustentável. Acontece que a elevada taxa Selic preocupa o presidente Arcélio Júnior:
“Temos preocupações com as altas taxas de juros e com a desaceleração da economia, que podem afetar os resultados. Mas acompanharemos o mercado antes de rever as projeções”, afirmou em nota que, no fim, sinaliza que haverá nova projeção na próxima entrevista coletiva à imprensa, programada para outubro.
A taxa de juros gera impacto especialmente no segmento de leves, o mais volumoso. Sua queda acumulada é inferior à geral, 3,2%, somando 1 milhão 576 mil unidades. Em agosto, com 214,5 mil emplacamentos, também sofreu menos: recuo de 3,9% na comparação anual e 6,7% na mensal.
A maior queda está no segmento de caminhões, como destacou Arcélio Jr: “O crédito segue caro e as empresas continuam seletivas nos investimentos. O agronegócio não favorece esse segmento, que reage quando as condições melhoram, mas estão enfrentando desafios importantes neste ano”.
A boa notícia vem das motocicletas, que registraram o melhor agosto da série histórica da Fenabrave, com 185,5 mil emplacamentos, alta de 13,2% sobre igual mês de 2024. A queda com relação a julho é justificada pelos dois dias úteis a menos em agosto.

“No acumulado estamos com um crescimento menor do que o registrado até julho em função da queda na produção de motos, provocada pela paralisação das montadoras que fazem manutenção em seu parque fabril. Mas a motocicleta segue como solução de mobilidade e trabalho no Brasil, devendo fechar 2025 com recorde de vendas.”
De janeiro a agosto foram licenciadas 1,4 milhão de motos, alta de 12,3% sobre os primeiros oito meses do ano passado.
Fonte: AutoData