Por Alzira Rodrigues
O aumento de 14,5% nas importações de veículos, com 273.656 unidades comercializadas este ano ante total de 238.953 nos primeiros sete meses de 2024, é um dos entraves para um melhor desempenho produtivo das montadoras locais.
É que em contraste com essa elevada expansão dos estrangeiros, a venda de modelos nacionais teve alta de apenas 1,9%, passando de 1.146.356 para 1.168.671 unidades no mesmo comparativo. Na soma dos dois, o mercado interno teve alta de 4,1%, de 1.385.309 para 1.442.327 emplacamentos.
No contexto das importações, o grande destaque são os modelos chineses, cujas vendas cresceram 41,2% no acumulado do ano, para quase 88 mil unidades nos primeiros sete meses, com market share de 6% nos emplacamentos do período (veja quadro abaixo).
“E o estoque de carros vindos da China ainda é elevado, acima de 100 mil unidades”, revela o presidente executivo da Anfavea, Igor Calvet.
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A venda de modelos chineses contribuiu para o aumento da participação de eletrificados leves nas vendas internas, de 6,7% para 10,9% em um ano, mas Calvet destaca que nesse caso tem sido cada vez mais relevante a presença dos híbridos brasileiros, cuja oferta vem crescendo nos últimos meses.
O presidente da Anfavea também comentou sobre a importância do programa Carro Sustentável, responsável pelo aumento de 16,7% nas vendas de varejo dos automóveis inscritos, representantes de cinco marcas, nas suas três primeiras semanas de vigência.
“Programas de redução de imposto como o anunciado em julho, que zerou o IPI dos modelos de entrada mais econômicos, são bem-vindos pelo seu caráter ambiental, pelo maior acesso ao 0 km e por movimentar a rede de concessionárias”, destacou o executivo, prevendo que por ser um benefício de longo prazo, até o final do ano que vem, o programa vai propiciar um crescimento sustentado do mercado brasileiro ao longo dos meses.

Fonte: AutoIndústria