A produção local de um SUV compacto da Omoda Jaecoo no Brasil não está tão distante. O desenvolvimento do produto já começou na matriz do Grupo Chery e a filial brasileira das marcas planeja iniciar a montagem do modelo, com conjunto híbrido pleno, até novembro de 2026.
Foi o que afirmou Felipe Souza, head de desenvolvimento de rede da Omoda Jaecoo Brasil, em entrevista à Automotive Business durante o Energy Summit, no Rio de Janeiro (RJ).
O executivo não confirmou o nome do modelo, apenas que será da marca Omoda. Porém, já se sabe que trata-se do Omoda 3 e que a ideia inicial é brigar no segmento onde hoje atuam Fiat Pulse, Renault Kardian e Volkswagen Tera.
“Para a gente se estabelecer no Brasil de fato tem de ir para o segmento B-SUV. Esse é o futuro do Brasil, por uma vocação que é mais econômica. E quando vou para esse segmento aí entram todas as soluções de tecnologia”, explica Felipe.
Motor híbrido e flex para o novo SUV compacto da Omoda
Tais soluções dizem respeito a um conjunto eletrificado. E pelas palavras do head de rede da Omoda Jaecoo, o novo SUV compacto terá motor híbrido pleno – que futuramente será flex.
“Um HEV entra como melhor solução, e esse processo passa por desenvolvimento do flex e motores que atendam à legislação do Mover. Um 1.0 flex híbrido, que ninguém tem, vai ser, para mim, uma solução do futuro”, adianta o executivo.
O carro em questão já foi mostrado na China em maio, ainda como mock-up. Em outubro, os representantes das marcas retornam ao país para conhecer e testar o carro já com as especificações para o Brasil.
A ideia é trazer uma unidade dessas para fazer a primeira apresentação oficial do SUV compacto da Omoda no Salão do Automóvel de São Paulo, que acontecerá em novembro.
Importação do SUV seria a última opção
No melhor dos mundos, a Omoda Jaeccoo do Brasil já teria esse produto pronto em maio de 2026 para iniciar o processo de homologação. Só que nesse meio-tempo entra a questão da fábrica.
Segundo Felipe Souza, a empresa está em conversa com ao menos seis fábricas no país para estabelecer uma parceria industrial e iniciar a montagem em CKD até o segundo semestre do ano que vem.
“Aí entra a questão entre o tempo de adequação da fábrica e não perder o timing do lançamento. Se isso descasar, não tenho problema de trazer o carro inicialmente importado, consigo absorver custos e já trago o carro com especificações para o Brasil”, garante o executivo.
Ele ainda adianta que o sistema de produção CKD do futuro SUV compacto da Omoda terá cabine de pintura própria. “Já tem material pronto para isso”.
Porém, o head da Omoda Jaecoo não quis adiantar o índice de nacionalização que a empresa pretende alcançar depois que a produção de fato for estabelecida no Brasil.
“Vai depender do parque fabril e vou citar o exemplo da nossa produção na Espanha. Todo processo de desenvolvimento de fornecedores só aconteceu depois da definição da fábrica na Catalunha. Foram dois meses de conversas da cadeia com a matriz para adequar o que valia produzir localmente”.
