Por Fernando Miragaya
No balanço do primeiro quadrimestre da indústria automotiva o fantasma que atormenta o setor ficou mais assombroso. Isso porque as importações de veículos voltaram a acelerar e a produção nacional não seguiu o mesmo ritmo.
Desta forma, as importações de veículos no acumulado de 2025 já superam as 150 mil unidades. O que significa crescimento de 18% ante o número registrado no quadrimestre do ano passado.
Assim como ocorreu com as exportações, a Argentina teve papel importante nessas importações, com 68 mil veículos mandados para cá, alta de 21% na comparação entre os quadrimestres. Só que o fantasma é aquele, lá do outro lado do mundo.
Crescem as importações de veículos chineses
As importações de veículos chineses no período chegaram a 44 mil unidades, 28% a mais que o anotado nos quatro meses de 2024. Hoje, 6% de todos os licenciamentos no Brasil são de carros vindos do país asiático.
“Com a Argentina temos uma relação bilateral, onde nós exportamos mais e importamos mais, e fortalecemos o setor automotivo na região. Com a China não há mão dupla”, afirma o presidente da Anfavea, Igor Calvet.
Questionado se a volta imediata da alíquota cheia para as importações de veículos eletrificados seria o suficiente para frear a ascensão dos chineses no mercado brasileiro, o executivo admitiu que é apenas uma das frentes para equilibrar o jogo.
“Temos alguns pleitos, mas o mais importante é a recomposição do imposto de importação. É uma medida importante para reorganizar o mercado”, defende Igor Calvet.
“Se não refreia esse avanço, dá uma reorganizada. A preocupação da Anfavea é que as condições de competição sejam equânimes. Nós estamos produzindo no país, não somos contra as importações, mas queremos a competição em níveis balanceados”, completou.
Anfavea considera CKD afronta ao trabalhador
O novo presidente da entidade que reúne as montadoras também criticou o pleito de algumas fabricantes chinesas por benefícios fiscais para produção local em sistemas SKD e CKD.
“É uma afronta ao trabalhador brasileiro. Essa forma de produção não privilegia o trabalho, o investimento e o processo produtivo”.
Fonte: Automotive Business






















