Quatro montadoras do país asiático iniciaram operações nos últimos anos e manifestaram desejo de fabricar veículos no país
Por Vitor Matsubara
As marcas chinesas estão com tudo no Brasil. Muitas delas, inclusive, não querem apenas importar carros, e sim produzi-los no país.
De todas as empresas da China que aportaram por aqui nos últimos anos, apenas a Zeekr não flertou com a possibilidade de fabricar veículos em solo brasileiro.
Automotive Business lista a seguir como está o planejamento dessas marcas chinesas. E quando cada uma delas pretende fabricar seu primeiro carro nacional.
BYD
A fabricante deve iniciar a produção de carros em Camaçari (BA) até o fim do primeiro trimestre de 2025 – mais precisamente em março.
A data foi confirmada em evento realizado no começo de dezembro no próprio complexo baiano, que foi construído pela Ford em 2001. O local estava sem inquilino até este ano, quando foi repassado ao governo e entregue à BYD.
A previsão é que os primeiros carros nacionais da marca sejam montados no regime SKD (de Semi Knocked Down, ou “semi desmontado”), no qual a carroceria e estrutura vem montados separadamente e apenas a finalização ocorre no Brasil. Dolphin Mini e Song Pro serão os primeiros modelos.
A data de início da segunda fase da produção, aí sim com montagem completa no país, será anunciada futuramente.
GWM
A meta da GWM é que seu primeiro carro nacional saia da fábrica em Iracemápolis (SP) no primeiro semestre de 2025. O prazo foi confirmado em evento recente realizado no Sindipeças com a presença de executivos da marca chinesa.
O segundo turno de produção estreia no último trimestre de 2025. A meta da GWM é produzir 10 mil carros no Brasil em 2025, com o volume passando para 40 mil unidades em 2026.
Para atingir esse objetivo, a GWM vai produzir outros três modelos, além do já confirmado Haval H6.
GAC
Alguns meses após anunciar investimento de US$ 1 bilhão no Brasil, a GAC oficializou sua chegada ao país. Mais recentemente, confirmou que inicia suas operações no mercado brasileiro no primeiro semestre de 2025, quando pretende lançar sete modelos.
Essa, porém, será só a primeira etapa do ambicioso plano da marca. A GAC pretende fabricar carros por aqui em 2026.
Em evento para assinatura do acordo de colaboração com três grandes universidades públicas brasileiras, executivos da GAC não revelaram onde será a futura fábrica. Além dos estudos realizados para escolha e da burocracia para aprovação, existe um motivo bastante inusitado e surpreendente.
“É possível ter duas ou até três fábricas no Brasil”, revelou Alex Zhou, CEO da GAC Brasil.
Neta
De todas as marcas chinesas que aportaram por aqui em 2024, a Neta é a que tem o futuro mais indefinido.
Apesar de ter prometido que estrearia em setembro, a marca só começou efetivamente suas atividades no primeiro dia de novembro, com a pré-venda dos modelos Aya e X. A entrega das primeiras unidades estava prevista para meados de dezembro.
Esse impasse acontece pela situação delicada da empresa na China. Informações da imprensa local indicam que a montadora paralisou suas atividades e cortou os salários dos funcionários. A Neta Auto pertence à Hozon Auto, que registrou prejuízos nos últimos anos.
Antes de tudo isso acontecer, a Neta manifestou desejo de fabricar carros no Brasil, embora não tivesse estipulado uma data para tal. Entre as cidades estudadas, a empresa teria até cogitado assumir a planta da Toyota em Indaiatuba (SP), que foi preterida pela marca japonesa para priorizar as operações em Sorocaba, também no interior paulista.
Fonte: Automotive Business