“Qualquer associação de classe será tão forte quanto os seus membros queiram fazê-la.”

ESG está mais presente nas autopeças brasileiras

24/10/2024

Pesquisa do Sindipeças mostra que 92% das empresas participantes consideram o tema nas tomadas de decisão

Por Ana Paula Machado

Em tempos de aquecimento global e equidade social, a sigla ESG (meio ambiente, social e governança) se torna cada vez mais presente nas empresas. No setor automotivo não é diferente. O Sindipeças, associação que reúne as autopeças brasileiras, realizou pela 20ª vez o Fórum ESG Sindipeças, com o tema como pano de fundo. 

Segundo a entidade, o evento ganhou maior abrangência e passou a discutir sustentabilidade no setor de autopeças amplamente, sob diversos aspectos, entre eles, meio ambiente, sociedade e governança. 


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Durante o fóum, o Sindipeças apresentou a Pesquisa ESG, que mostrou que 92% das empresas participantes consideram o tema nas tomadas de decisões. Foram entrevistadas 112 organizações, o que corresponde a 20% das associadas da entidade.

“O levantamento apontou que o ESG está sendo tratado ativamente nas empresas”, disse Larissa Torres, coordenadora da pesquisa. 

Além da apresentação da pesquisa, o evento também discutiu cada tema dentro do universo da sustentabilidade. Juliana Picolli, da FGV, mostrou como a temática ambiental hoje é uma das mais importantes nas organizações e como elas já entendem a necessidade de redução de emissões de gases do efeito estufa. 

“As organizações já entenderam que dos cinco riscos mundiais, quatro estão ligados à parte ambiental. E nas empresas, por terem enxergado esse grande risco, elas viram que o tema demanda grandes ações”, disse Picolli. 

Segundo ela, o primeiro passo para as organizações desenvolverem ações para tornar essa agenda mais presente em seu dia a dia é identificar o que pode ser mudado. E quais impactos podem acarretar. 

Ações do eixo social trazem inovação

“Outra frente é a capacitação. Compreender os desafios e barreiras dessas ações e começar pequeno, com iniciativas piloto e se expandido”, afirmou Juliana Picolli. “E a empresa não pode se esquecer de medir as conquistas e os impactos de cada ação. Para balizar e definir rotas é importante medir e monitorar.”

Já Cláudio Anjos, presidente da Fundação Iochpe, falou da importância de ações destinadas à sociedade e aos funcionários. “O eixo social também promove um ambiente inovação na empresa, porque está diretamente ligada ao pensamento divergente. E sabemos que empresas mais diversas recebem mais informações”, disse Anjos. 

Para ele, o maior desafio de uma empresa trabalhar o eixo social é amplitude de temas e a falta de foco. E por onde começar? O executivo ressaltou que a primeira coisa que as organizações devem fazer é realizar um diagnóstico interno e trabalhar esse ambiente. 

“E o ambiente interno pode começar com alguns questionamentos. Será que estamos pagando o piso? Há equidade de gênero?”, provocou Clovis Anjos. “Em segundo lugar tem que avaliar como estão os apoios acessórios. Será que estamos criando um ambiente saudável? A partir do momento que isso estiver identificado e tenha ações bem estruturadas, vai para o externo.” 

Governança deve ser uma jornada 

Thiago Isaac, do Instituto Brasileiro de Governança Coorporativa (IBGC), falou sobre a questão da governança nas empresas. Segundo ele, o tema tem sido olhado com maior atenção pelas organizações. 

Para Isaac, a governança é uma jornada dentro das organizações e não deve ser implantada de acordo com as melhores práticas. “Isso pode criar uma série de complexidade quando se implanta ações de outros setores e isso assusta. Eu gosto pouco desse conceito, a governança e uma jornada e cada organização deve ver o que é melhor para ela”, afirmou.

Fonte: Automotive Business

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