Operação do Grupo Porto completa 11 anos com investimentos e impacto positivo ao meio ambiente e ao bolso
Por Giovanna Riato
O que acontece com um veículo depois de que ele sai de circulação? A reciclagem. Essa seria a realidade ideal, mas só ocorre em 1,5% dos casos – percentual que conta com a contribuição da Renova Ecopeças.
A empresa do Grupo Porto é especializada no desmanche automotivo, destinação correta dos resíduos e venda de peças originais usadas, que chegam ao mercado com preço até 60% inferior ao das novas. Ainda que seja um mercado acanhado no Brasil, a empresa tem mostrado que ele pode ser lucrativo.
“Aumentamos em 45% o faturamento em 2024”, conta Daniel Morroni, que assumiu a direção do negócio há seis meses.
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Como motivos para o crescimento, ele elenca o fato de a empresa ter criado uma diretoria dedicada, com fortalecimento da equipe, além do investimento em marketing, algo inédito até então nos 11 anos de história. Outro aspecto é uma “gestão mais científica” da compra de carros para reciclagem com base nos componentes que têm mais demanda.
“Em média, nosso giro de estoque é de três a quatro meses. Não podemos ficar com uma peça parada por um ano, por exemplo”, conta. Para evitar isso, e empresa tem feito mapeamento cuidadoso do que faz sentido não só para o meio ambiente, mas para o negócio.
Renova vai do lixo ao lucro
Como parte da estratégia de marketing, o Renova investe na promoção de eventos para mecânicos, que são 80% dos compradores das peças, enquanto 20% vai direto ao público final. Nessa toada, a empresa vende 5 mil itens por meio do próprio site e canal no WhatsApp, além de marketplaces como o Mercado Livre.
Com tudo isso, Morroni garante que o balanço da operação de reciclagem de veículos está azul. “Oscilamos entre prejuízo e o ponto de equilíbrio nos primeiros oito anos da empresa. Já nos três últimos anos temos ficado no lucro”, diz.
As finanças em dia refletem o aprendizado da Renova ao longo do tempo. Afinal, reciclar um carro é bem menos previsível do que produzir um do zero. Um trabalho praticamente artesanal. A empresa compra justamente os veículos mais danificados, que não seriam revendidos sem um bom investimento.
Cada um deles passa por extração de materiais contaminantes. Depois, a equipe da empresa avalia quais peças podem ser revendidas, categorizando aqueles que estão em perfeito estado e os outros que contam com pequenas avarias e, enfim, a parcela de 10% dos componentes que não pode ser reaproveitada é encaminhada à reciclagem, enquanto os 5% restantes são, de fato, resíduo.
Mover vai fomentar mercado de reciclagem de veículos
Com mais de 600 mil peças reinseridas no mercado e 25 mil carros reciclados ao longo dos anos, a Renova já tem bagagem para aproveitar um novo momento da economia circular no Brasil. “Muitas montadoras têm nos procurado sobre o tema”, diz Morroni. Isso por que o Mover – Mobilidade Verde e Inovação, nova política do setor automotivo, prevê incentivos à reciclagem de veículo.
Outra expectativa é que outros estados brasileiros criem uma legislação voltada ao tema, algo que só existe hoje em São Paulo, que também oferece desconto de ICMS para peças automotivas recicladas. Até aqui, pelo menos, a empresa já provou o próprio ponto: a reciclagem é boa para o meio ambiente e também para o bolso.
Fonte: Automotive Business