Ao adotar estratégias como parcerias com fornecedores confiáveis, uso de sistemas ERP integrados e automatização de processos, os varejistas podem otimizar seus estoques, melhorar seu fluxo de caixa e garantir que os produtos certos estejam disponíveis no momento certo
Por Karin Fuchs
Nesta matéria, José Osvaldo Ferreira e Rodrigo Franco, respectivamente, orientam os varejistas para a gestão eficiente de estoques, com estratégias e soluções para otimizar o controle e evitar erros. Segundo eles, a gestão de estoques é um dos principais pilares para o sucesso de qualquer operação no varejo. Uma gestão inadequada pode resultar tanto em perda de vendas, devido à falta de produtos, quanto em excesso de mercadorias, que imobilizam capital e aumentam custos.
Por isso, é imprescindível adotar as melhores práticas para reduzir o estoque sem comprometer o atendimento ao cliente, assim como estabelecer os critérios para escolher bons fornecedores, como utilizar um sistema de gestão integrado (ERP) de forma eficaz, as falhas mais comuns na gestão de estoques e como lidar com produtos obsoletos.
Estoque e disponibilidade
Para muitos varejistas, manter o mínimo de estoque possível é essencial para garantir o fluxo de caixa saudável. No entanto, é igualmente importante garantir que os produtos estejam disponíveis para os clientes no momento da compra. Algumas estratégias para alcançar esse equilíbrio são:
Parcerias estratégicas com fornecedores – Estabelecer relações sólidas com fornecedores confiáveis, especialmente aqueles locais ou regionais, permite repor o estoque rapidamente, reduzindo a necessidade de manter grandes volumes.
Implementação do Just-in-Time (JIT) – Este sistema de gestão busca manter o mínimo de estoque necessário, adquirindo produtos conforme a demanda surge. Isso diminui custos de armazenagem, mas exige uma boa comunicação com os fornecedores para evitar atrasos.
Monitoramento da demanda e sazonalidade – Analisar dados históricos e previsões para identificar padrões de consumo ajuda a ajustar o nível de estoque, especialmente em períodos de alta ou baixa demanda.
Automatização e controle em tempo real – Utilizar sistemas de gestão de estoque que automatizam o reabastecimento, controlando os níveis de estoque e enviando alertas quando os produtos atingem o mínimo necessário.
Classificação ABC de estoques – Priorizar produtos de alta demanda (classe A) e limitar o estoque de itens de baixa rotatividade (classes B e C) ajuda a otimizar os recursos e garantir que os itens mais importantes estejam sempre disponíveis.
Escolha dos parceiros
A escolha do fornecedor é decisiva para garantir o bom fluxo de mercadorias e a eficiência da operação. Os principais critérios que devem ser considerados ao selecionar fornecedores são:
Tempo de entrega – Fornecedores ágeis e capazes de entregar produtos rapidamente são essenciais para evitar rupturas de estoque.
Qualidade e variedade – Oferecer uma ampla gama de produtos de alta qualidade é fundamental para atender às diferentes necessidades do público-alvo.
Política de devolução e garantia – Fornecedores com políticas flexíveis de devolução ou troca oferecem maior segurança e facilitam a gestão de itens que não são vendidos.
Preços e condições de pagamento – Negociar preços competitivos e condições de pagamento favoráveis contribui para a manutenção do fluxo de caixa do varejista.
Capacidade de atender a emergências – É importante que o fornecedor tenha flexibilidade para lidar com pedidos urgentes ou inesperados.
Integração tecnológica – Um fornecedor que permita a integração de seus sistemas com o ERP do varejista facilita o controle de estoque e a automação de processos.
Controle de estoque
A adoção de um sistema ERP (Enterprise Resource Planning) oferece múltiplas vantagens para o controle de estoque no varejo, integrando diversos setores da empresa em uma única plataforma de gestão. Alguns dos benefícios incluem:
Visão centralizada e em tempo real – O ERP permite monitorar o estoque em tempo real em diversos pontos de venda ou armazéns, proporcionando uma visão única e integrada de todos os produtos disponíveis.
Automatização de processos – O sistema pode automatizar o reabastecimento, enviando alertas e criando pedidos automaticamente quando o nível mínimo de estoque é atingido.
Previsão de demanda – Com base em dados históricos, o ERP pode ajudar a prever a demanda futura, ajustando os níveis de estoque para evitar tanto a escassez quanto o excesso.
Controle de custos – O ERP integra a gestão financeira e de estoques, permitindo ao varejista monitorar o impacto do estoque no fluxo de caixa e nos custos operacionais.
Análises e relatórios – Com dashboards e relatórios detalhados, o ERP oferece insights sobre a rotatividade de produtos, identificando os itens que mais contribuem para as vendas e os que apresentam maior risco de obsolescência.
Falhas na gestão do estoque
Mesmo com boas ferramentas e estratégias, muitos varejistas ainda cometem erros que afetam negativamente sua operação. Algumas das falhas mais comuns incluem:
Excesso de estoque – Manter grandes volumes de produtos em estoque imobiliza capital e aumenta os custos de armazenagem, além de elevar o risco de obsolescência.
Falta de visibilidade em tempo real – Dependendo de controles manuais ou sistemas desatualizados, muitos varejistas perdem a visibilidade sobre o estoque real, o que leva à ineficiência.
Previsões de demanda inadequadas – Não utilizar dados históricos ou não levar em consideração a sazonalidade pode resultar em rupturas de estoque ou em acúmulos desnecessários de produtos.
Má gestão de itens obsoletos – Produtos que não têm mais saída ficam encalhados no estoque, ocupando espaço valioso e gerando custos desnecessários.
Falta de segmentação adequada do estoque – A ausência de classificação de produtos conforme sua demanda e importância (como a classificação ABC) leva a uma gestão desbalanceada do estoque.
Destino de itens obsoletos
Produtos obsoletos são um desafio comum no varejo. No entanto, existem várias estratégias para minimizar o impacto desses itens no negócio:
Promoções e liquidações – Oferecer grandes descontos ou realizar liquidações pode ajudar a escoar itens obsoletos e liberar espaço no estoque.
Devoluções e trocas – Sempre que possível, negociar devoluções ou trocas com os fornecedores para minimizar perdas.
Doações – Doar produtos obsoletos para instituições de caridade pode ser uma maneira eficaz de liberar espaço e, em alguns casos, gerar benefícios fiscais.
Reciclagem ou reaproveitamento – Identificar oportunidades para reciclar ou reaproveitar produtos pode ser uma forma sustentável de reduzir o desperdício.
Análise para evitar recorrências: Ao analisar os motivos que levaram à obsolescência de determinados itens, o varejista pode ajustar suas políticas de compra e evitar a repetição do problema no futuro.
Conclusão
Para finalizar, os executivos sintetizam que a gestão eficiente de estoques no varejo é um processo fundamental para garantir a lucratividade e a satisfação do cliente. Ao adotar estratégias como parcerias com fornecedores confiáveis, uso de sistemas ERP integrados e automatização de processos, os varejistas podem otimizar seus estoques, melhorar seu fluxo de caixa e garantir que os produtos certos estejam disponíveis no momento certo. Além disso, lidar adequadamente com produtos obsoletos, por meio de promoções, devoluções ou reaproveitamento, pode transformar potenciais perdas em novas oportunidades.
Fonte: Balcão Automotivo