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Mesmo com alíquota, importação de pneus cresce 40% no semestre

25/08/2023

A importação de pneus no Brasil apresentou um crescimento expressivo no primeiro semestre de 2023, alcançando a marca de US$ 904 milhões, um aumento de 40% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Os dados foram mapeados pela Vixtra, fintech de comércio exterior, junto à Secretaria de Comércio Exterior, e demonstram a força desse mercado, que movimentou US$ 1,6 bilhões só em 2022.

Vale lembrar que os preços dos pneus se mantiveram relativamente estáveis durante todo o semestre, indicando que o aumento na importação foi impulsionado principalmente pela amplificação na demanda. No período, os maiores exportadores para o Brasil foram China (35,8%), Vietnã (13,8%) e Índia (8,9%). Juntos, esses países foram responsáveis por aproximadamente 60% das importações de pneus no primeiro semestre de 2023.

É importante ressaltar o destaque da China e do Vietnã nesse cenário, uma vez que foram responsáveis por uma grande parcela do crescimento observado no período. A China registrou um aumento de 41% em suas exportações de pneus para o Brasil, saindo de US$ 229 milhões no primeiro semestre de 2022 para US$ 323 milhões. Já em termos percentuais o Vietnã se saiu melhor. O país mais do que dobrou suas exportações, apresentando um aumento de 118%. Com isso, saiu de US$ 56 para US$ 124 milhões no primeiro semestre de 2023.

Leonardo Baltieri, co-CEO da Vixtra, avalia que o crescimento significativo na importação de pneus “é reflexo do aumento da demanda no mercado brasileiro, que se mantém bastante aquecido. O setor automotivo vem apresentando uma retomada consistente, impulsionando a necessidade por pneus”, afirma. “Em meio ao aumento de insumos, que acaba encarecendo o preço final dos produtos, como carros e caminhões, a importação de pneus tem sido uma escolha cada vez mais comum para manter a competitividade dos negócios, assim como preços e condições mais acessíveis”, prossegue.

Contudo, o mercado de pneus vem sofrendo com algumas intervenções governamentais que buscam estimular a indústria local. No início do ano, o Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) fixou uma tarifa de 16% para a importação de pneus de carga, revogando uma norma anterior que havia zerado a tarifa para a importação de cinco modelos do item.

Embora a forte demanda tenha pressionado o crescimento das importações de pneus, Baltieri destaca que a ação do governo pode, sim, desestimular a compra de pneus importados, aumentando o custo para os consumidores brasileiros. “A fixação da alíquota pode reduzir a compra desses produtos e comprometer o negócio de muitas PMEs. A princípio, a medida adotada pelo governo não impactou as importações, mas em um cenário de baixa demanda, essa imposição pode inibir a compra do mercado externo”, avalia.

“A despeito disso, as importações de pneus ainda têm espaço para crescimento no Brasil. E o mercado brasileiro, até pelo seu tamanho, tem condições de acomodar a indústria local, preservando empregos e economia e a importação, trazendo maior competitividade e estimulando a inovação no setor’, conclui.

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