“Qualquer associação de classe será tão forte quanto os seus membros queiram fazê-la.”

Reposição é um bom negócio no Brasil, avalia a Schaeffler

15/05/2023

Eric Steinbecher, presidente do aftermarket automotivo da Schaeffler Américas

Em meio a um cenário que estimula a migração do consumidor do 0 KM para o segmento de veículos seminovos e usados, impulsionada pelo aumento dos preços, crédito caro e escasso, a Schaeffler projeta crescimento de dois dígitos para o seu aftermarket em 2023, com incremento de 10% a 12%. Para efeito de comparação globalmente o grupo com sede na Alemanha espera ampliar sua receita de 3% a 4% este ano.

A diferença se dá pela característica do mercado local, considerado o mais importante para a empresa na América. Passado o período mais crítico da pandemia houve incremento na procura em todo o continente, mas, desde o início do ano, os pedidos na América do Norte estão voltando a um nível normal. Ao passo que, no Brasil, assim como no México, “essa tendência não é considerada, pois os volumes de pedidos seguem extremamente fortes”.

Foi o que analisou Eric Steinbecher, presidente do aftermarket automotivo da Schaeffler Américas, em entrevista exclusiva a AutoData. Para ele carros de passageiros, incluídas picapes, deverão puxar a maior demanda em 2023, embora a companhia esteja apostando mais na linha pesada e no ramo agrícola.

“Para a Schaeffler o mercado mais importante das Américas para o aftermarket da companhia está na América do Sul, que responde por 42% do total e, principalmente, o Brasil, com 35%.”

No ano passado o faturamento global da Schaeffler foi de € 15,8 bilhões e, de acordo com Steinbecher, o segmento de reposição foi responsável por 13%, ou seja, € 2 bilhões. Dentro desse universo do aftermarket um quinto proveio do continente americano, totalizando € 400 milhões.

Considerando que a participação da América do Sul no resultado chegou a 42%, ou € 168 milhões, o Brasil, sozinho, respondeu por 35%, o equivalente a € 140 milhões. E esse protagonismo se justifica no fato de que, ao se analisar o total das receitas do grupo no País, 40% são gerados pelo aftermarket, peso bem maior do que no restante do mundo e até mesmo no próprio continente, em que a representatividade é de 13%.

Segundo o vice-presidente sênior para o aftermarket automotivo da Schaeffler América do Sul, Rubens Campos, além do contexto macroeconômico a necessidade por reparos no Brasil é crescente, considerando frota circulante em torno de 50 milhões de veículos: “Aqui os carros quebram muito devido a uma combinação de estrada ruim e trânsito infernal, o que nos ajuda a ter manutenção. Sem falar que a quilometragem média dos carros está aumentando”.

Operação brasileira é considerada a mais importante no aftermarket das Américas
Para Rubens Campos não há qualquer indicativo de que o mercado brasileiro apresente queda de vendas. Crédito: Divulgação

Steinbecher destacou o fato de que, nos últimos quatro anos, a operação sul-americana, na qual o Brasil responde por 80%, duplicou de tamanho. O avanço foi atribuído também ao fato de que o grupo realiza investimentos constantes na unidade, o que continuará acontecendo, garantiu, a fim de que o aftermarket siga desenvolvendo em seu próprio setor de P&D, independente das divisões de OEM e industrial, peças para modelos que estão sendo lançados.

No País, segundo Campos, 95% dos veículos contam com produtos da marca, e que o plano é manter esse porcentual. “Por exemplo: se houve um lançamento hoje não esperarei cinco anos, até que este carro comece a quebrar, para então criar peça de reposição para ele”.

Otimista o vice-presidente assinalou que o mercado brasileiro não possui nenhuma indicação de que terá queda de vendas: “São palavras dos nossos clientes. Seja carro de passeio, picape ou caminhão. Vemos distribuidores ampliando filiais”.

Companhia planeja reforçar sua operação nos Estados Unidos

Quando se fala em futuro, no entanto, o mercado dos Estados Unidos tem muito mais espaço para crescer do que o brasileiro, uma vez que a frota de 250 milhões é majoritariamente composta por veículos automáticos, ao contrário da região – o que justifica o peso dos mercados, uma vez o carro chefe da Schaeffler na operação local, concentrada em Sorocaba, SP, é a fabricação de embreagens.

O presidente de aftermarket automotivo da Schaeffler contou que a companhia tem planos robustos de aumentar a presença nos Estados Unidos, que passa por momento favorável em meio à redução da inflação e do incentivo do governo para atrair investimentos externos.

A Schaeffler está considerando construir mais uma fábrica no país. Um dos pilares para ampliar esse mercado é a introdução de novos produtos, como o conversor de torque, que é como se fosse a embreagem da caixa de câmbio automática.

No ano passado foram lançados em torno de oitocentos códigos de produtos no continente americano, sendo trezentos deles na América do Sul e, 80% disso, ou 240, no Brasil. Steinbecher garantiu que esse ritmo deverá ser mantido ao longo deste ano.

Fonte: AutoData

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