Por Danilo Fraga
É comum que, ao falarmos sobre tecnologia automotiva, criemos uma visualização utópica de como seria o futuro da humanidade. Estamos acostumados a visualizar uma representação futurística de uma sociedade com carros voadores e cidades 100% conectadas. A questão é que, por mais absurdo que pareça, nosso mundo já caminha para essa direção (com exceção da parte dos carros voadores).
Atualmente, nossa realidade já se encontra imersa na tecnologia, mesmo que às vezes essa situação passe despercebida diante dos nossos olhos. Estamos tão acostumados a viver com tamanha quantidade de informações, que não percebemos que esse tão aclamado ‘futuro tecnológico’, na verdade, cada dia mais, trata-se do nosso presente. Essa situação ficou ainda mais evidente com a viralização nas redes sociais de ferramentas como Chat GPT, Midjourney e DALL-E. que utilizam da Inteligência Artificial para responder as mais diversas dúvidas, criar campanhas publicitárias e até mesmo gerar imagens através de simples comandos de texto.
Por mais utópica, recente e futurista que pareça a ideia, o desejo de desenvolver carros autônomos já existe há mais de um século, sendo os primeiros projetos datados na década de 20. Com o decorrer dos anos e a constante evolução da tecnologia, novos modelos chegam ao mercado com recursos cada vez mais impressionantes e modernos, prometendo gerar praticidade, conforto e, principalmente, segurança aos condutores, visto que a maioria dos acidentes, geralmente, são ocasionados por erro humano.
Grandes nomes da indústria então a frente de projetos globais para o desenvolvimento destes veículos e diversos modelos já estão em venda ou fase de prototipagem, sendo o mais famoso deles os veículos da linha Tesla Model. É importante ressaltar que esses automóveis apresentam diferentes níveis de automação, podendo variar desde os mais comuns, em que há presença de ferramentas de assistência ao condutor (controles de velocidade e sistemas anticolisão), até aqueles que possuem tecnologia o suficiente para seguir uma viagem em completa autonomia, sem haver necessidade de o motorista controlar o veículo.
Entretanto, por ainda se tratar de veículos “de nicho” e, por consequência, apresentarem baixa escala, os valores praticados estão entre os principais bloqueadores para o avanço e popularização destas tecnologias. Além de serem veículos que apresentam a imagem de maior complexidade na hora da manutenção, carregam consigo uma discussão ética, sendo considerados perigosos e incapazes de tomar decisões rápidas e extremas por uma significativa parcela da sociedade.
No Brasil, assim como a evolução do mercado de veículos elétricos, espera-se que a adoção dos carros autônomos seja mais demorada e mais lenta do que nos países desenvolvidos.
Na prática, a presença desses veículos no país dependerá de grandes mudanças e avanços para que toda essa capacidade tecnológica seja, de fato, vista nas ruas.
Atualmente, a adesão pelos consumidores brasileiros a funcionalidades autônomas em veículos é mais baixa se comparada com os Estados Unidos, por exemplo. Os motivos para isso são velhos conhecidos: baixo investimento, altos custos e, principalmente, falta de infraestrutura e sinalização nas ruas, o que, na prática, colocam em risco frontal a segurança dos usuários. Entretanto, com a velocidade brutal com que a tecnologia evolui, não demorará muito para que possamos notar a presença desses veículos nas principais cidades brasileiras (mesmo que sejam apenas poucas unidades). Afinal, a capacidade inventiva do ser humano não possui limites e não haverá como fugir da era da informação e das mudanças promovidas pela tecnologia.
Cabe a nós, e principalmente aos tomadores de decisão do segmento, buscarmos o máximo proveito delas e estarmos atentos a toda e qualquer mudança, mesmo aquelas que aparentam estar mais distantes.
Fonte: Novovarejo