Os golpes bancários ganham a cada dia novas versões que exigem do consumidor atenção. Ter soluções de pagamento, transferências, compras e investimentos na palma da mão facilita muito o cotidiano, mas exige uma série de cuidados do consumidor. De acordo com pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com o Sebrae, 22% dos entrevistados sofreram alguma fraude em instituições financeiras nos últimos 12 meses, representando aproximadamente 8,4 milhões de consumidores.
O principal tipo de golpe foi a clonagem de cartão de crédito e/ou débito (8%), seguido pela transferência de dinheiro para alguém que se passou por um conhecido (4%). Os números da pesquisa mostram ainda que 4% foram vítimas de transações bancárias – como saques, pagamentos ou transferências – feitas sem a sua autorização, enquanto 4% se depararam com financiamentos feitos por terceiros usando documentos falsos, roubados ou obtidos por outros meios por motivo de golpe.
“Fazer uma transferência hoje ficou muito mais fácil e barato. Basta uns poucos cliques e, em alguns segundos, o dinheiro estará em outra conta. Essa facilidade tem sido explorada por golpistas. A realidade das fraudes não deve desencorajar o uso desses instrumentos, mas deve levar a adoção de cuidados por parte das instituições bancárias e também dos consumidores para evitar a ação de eventuais fraudadores’, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.
Depois do ocorrido, as principais medidas para resolver a situação foram o contato com a administradora do cartão (39%); a negociação com a empresa ou instituição financeira onde a fraude ocorreu, buscando reaver os valores perdidos (20%); o contato com algum bureau de crédito (19%); a abertura de um boletim de ocorrência (18%); e a reclamação no Banco Central (16%). Além dessas medidas, 16% procuraram um órgão de proteção ao consumidor e 10% entraram na justiça, enquanto 11% não tomaram nenhuma medida.
29% afirmam não ter conseguido recuperar o dinheiro perdido com a fraude
De acordo com o estudo, a maioria (71%) conseguiu uma reparação, sendo que 43% recuperaram o valor total perdido no golpe, 18% recuperaram ao menos uma parte e 10% obtiveram ainda um valor a mais por dano moral. No entanto, um percentual ainda relevante (29%) não recuperou o dinheiro que perdeu.
Além das perdas financeiras, um dos danos sofridos foi a restrição ao crédito: um terço dos consumidores (32%) que sofreram alguma fraude ficaram com o nome negativado. E 38% relataram que foi preciso acionar a Justiça para resolver o problema.
A contratação de um advogado ou uma empresa foi mencionada por 44% dos que sofreram algum tipo de fraude, sendo que para 24% o problema foi resolvido mediante essa solução, e para 11% o caso ainda está correndo. No entanto, a pesquisa apontou que 9% não conseguiram resolver a situação mesmo com a contratação de um profissional.
A maioria (59%) acredita que as instituições financeiras (bancos, administradoras de cartões e financeiras) deveriam ter ações para coibir o problema das fraudes. Além desses, 48% acreditam que deveria haver uma atuação do Banco Central. O governo (29%), a Justiça (27%), os próprios consumidores (27%), a polícia (23%) e os lojistas (18%) também foram mencionados.
METODOLOGIA
Público-alvo: População internauta residente nas capitais brasileiras, homens e mulheres, com idade igual ou maior a 18 anos.
Método de coleta: pesquisa realizada via web.
Tamanho amostral: 800 casos, com margem de erro de 3,0 pontos percentuais.
Data de coleta: de 15 a 22 de setembro de 2022.
SOBRE O PORTA-VOZ
DANIEL SAKAMOTO: Mestre em Políticas Públicas e Governo pela Fundação Getulio Vargas, bacharel em Direito (IESB) e Relações Internacionais (Universidade Católica de Brasília) com especialização em Gerenciamento de Projetos (University of California) e certificação PMP®️ – Project Manager Professional. Atualmente exerce a função de Gerente Executivo na Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas.
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