Os números do setor de reposição automotiva são grandiosos. “O Brasil é o 4º maior mercado mundial, nenhum país tem mais de 40 mil pontos de venda (autopeças) e mais de 90 mil aplicadores”, afirmou Rodrigo Carneiro, presidente da Andap, destacando a presença dos distribuidores em mais de 2.500 pontos em todo o País para agilizar a logística de entrega.
Além disso, este setor responde pela manutenção de mais de 80% da frota e mesmo assim ele continua enfrentando barreiras, entre elas, a falta de abertura de informações por parte da montadora, o que desencadeou um movimento nos Estados Unidos, o Right to Repair ou Direito de Reparar, que já chegou na Europa e pela união das entidades vai ganhar força aqui no Brasil.
O setor também enfrenta a questão da sonegação fiscal e da comercialização de peças piratas e falsificadas no mercado. Por esses e outros motivos, as entidades nacionais do setor, Sincopeças Brasil, Andap, Sindirepa Brasil e o Conarem uniram-se e criaram a Carta de Fortaleza.
Ela é um compromisso das entidades para representar e defender os legítimos interesses do setor, a partir de pautas conjuntas que serão levadas, conforme o tema, aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, nas esferas Federal, Estadual e Municipal, e também atuando junto às entidades de defesa do consumidor aos entes públicos e privados, e às instituições internacionais.
Segundo Ranieri Leitão, presidente do Sincopeças Brasil, a Carta marca a união do setor, permanecendo as individualidades de cada entidade. “Nós entendemos que devemos falar a mesma língua para sermos melhor ouvidos. Como não temos congressistas do setor em Brasília, nós temos que mostrar para as entidades públicas que estamos unidos e que todos os nossos pleitos são legítimos. Só assim, nós somos fortes”.
Representatividade
Pelo texto da carta, “o mercado de reposição automotiva é altamente representativo no PIB brasileiro, mas parcialmente representado em todas as instâncias em que busca participar”. A Carta de Fortaleza foi assinada pelos presidentes das entidades acima citadas, no dia 16/8, um dia antes da abertura da Autop, em Fortaleza (CE). Entre outros pleitos, Ranieri citou também a Inspeção Técnica Veicular no Brasil e a importância da certificação de vendedores de autopeças e na mecânica automotiva.
Entre outros pontos, a Carta especifica também “encampar as iniciativas já em curso: certificação de pessoas (IQA), padronização de banco de dados de autopeças (Sindirepa), tabela oficial de tempos de serviços (Sindirepa) e o movimento Right to Repair (Sindirepa), para amplificar seus resultados”. E dá abertura para a participação de outras entidades do âmbito automotivo, desde que atuam integral e exclusivamente no mercado de reposição.
Fonte: Balcão Automotivo