“Qualquer associação de classe será tão forte quanto os seus membros queiram fazê-la.”

Padaria de Santos mostra que pequeno negócio pode ter acesso a energia solar

24/08/2022

As plataformas de streaming, tão populares na atualidade, pareciam ficção há 20, 30 anos. Hoje, basta estar conectado à internet para ter acesso a inúmeras possibilidades de vídeo, música e até mesmo games. Nesse contexto, os serviços por assinatura não demoraram a aparecer e tomar conta de um mercado crescente. O que muita gente desconhece é que não só o entretenimento passou por essa revolução, mas também a energia elétrica pode ser adquirida por meio de um plano de assinatura mensal.

Fredy Rodrigues quase desistiu de apostar em energia sustentável, pois achou que o processo não poderia ser realizado em um imóvel alugado (Foto: Túlio Vidal/ASN)

O processo é simples: estabelecimentos que estejam ligados a uma rede elétrica onde uma usina solar também esteja conectada podem utilizar os serviços da usina ao invés da distribuidora de energia da região, graças à rede de distribuição de energia. Essas usinas se conectam à rede elétrica de uma concessionária local, oferecendo o serviço de assinatura.

Acessível – pois não exige a necessidade de investimento próprio em um sistema de geração fotovoltaica (com a instalação e manutenção de placas solares no telhado ou em um pequeno terreno, por exemplo) – a opção é atrativa para pequenos comércios, serviços e indústrias, que, muitas vezes, operam em imóveis alugados ou residências. No fim das contas, o objetivo é reduzir as despesas com tarifas da conta de luz.

Democratização da energia

Freddy Rodrigues, proprietário da Padaria Santa Cecília, na baixada santista, que utiliza energia limpa, negociada com um fornecedor a 200km de distância e transportada pela CPFL (Foto: Túlio Vidal/ASN)

Mesmo com todos os benefícios, muitos empreendedores ainda não estão familiarizados ou têm a falsa impressão de que a geração distribuída é uma prerrogativa das grandes empresas. Dono de duas padarias em Santos (SP), Fredy Rodrigues quase desistiu de apostar em energia sustentável. Demorou dois anos para que o empresário se convencesse de que realmente era uma escolha viável para o seu negócio.

Como depende da locação para as suas atividades, Fredy pensou que não conseguiria ter acesso a outro tipo de energia. Os custos iniciais para implementar o sistema solar também o desencorajaram num primeiro momento. Foi por acaso, ao ouvir em um programa de rádio sobre uma empresa proprietária de fazendas solares que geram energia para a rede de quase 30 municípios da região que o empreendedor decidiu dar uma nova chance e conhecer mais sobre o processo de geração distribuída.

Fredy procurou a empresa e fechou a parceria. “Sobre a instalação não há segredos. Aliás, não há instalação. A empresa apenas comunicou a CPFL Energia, que atende a cidade de Santos, que a Panificadora Santa Cecília passaria a utilizar a usina de energia da empresa contratada”, relata. E complementa: “então, na minha rede, não fizemos nada de mudanças”. A economia, segundo o empreendedor, varia de 10 a 15%.

Para a coordenadora do Núcleo de Energia na Unidade de Competitividade Nacional do Sebrae, Juliana Ferreira Borges, essa diversificação de oferta é imprescindível, principalmente para a pequena empresa. “Novos modelos de negócios surgem para que o mercado seja cada vez mais democrático”, afirma.

O mercado de geração distribuída no país aumentou exponencialmente nos últimos anos. Dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) sobre energia solar compartilhada mostram que, no acumulado desde 2015, o Brasil chegou à marca de 1.610 usinas solares que fornecem assinatura, com 5.635 consumidores (residenciais e empresariais) que assinam energia solar. Os números apontam ainda que mais 1,7 mil empregos foram gerados no setor.

Para obter mais informações sobre o assuntoacesse a página Eficiência Energética – Sebrae.

O empreendedor Freddy Rodrigues, dono de padarias em Santos (Foto: Túlio Vidal/ASN)

Fonte: Sebrae

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