A Mercedes-Benz foi até a Alemanha para aplicar no Brasil um produto na tentativa de suprir as necessidades das mineradoras, que formam um importante mercado no segmento de caminhões. Foi desta forma que o Arocs 8×4 passou a ser produzido no Brasil, meticulosamente pensado para este público.
Para se ter ideia da estratégia da Mercedes, a montadora chegou a se ausentar do segmento de mineradoras por alguns anos só para preparar o lançamento do caminhão.
“Esses caminhões foram pensados para esse tipo de operação, tanto é que a tropicalização foi feita com foco em mineração”, revelou Roberto Leoncini, vice-presidente de Vendas e Marketing da Mercedes-Benz Caminhões.
Caminhões para mineradoras: clientes VIPs da Mercedes
O executivo conversou com a Automotive Business durante uma visita a uma jazida de granito da Cattegran, localizada em Governador Lindenberg (ES). A empresa é especializada na extração do minério e a única que produz o Branco Siena, um tipo de pedra comumente aplicado em pias, fachadas e pisos de grandes edifícios e estabelecimentos comerciais pelo Brasil.
A empresa familiar usa caminhões da Mercedes-Benz desde os anos 1960 e adquiriu quatro das 200 unidades do Arocs vendidas desde o lançamento do modelo.
Todos os caminhões desta linha da Mercedes oferecem tração 8×4 e uma série de itens pensados para o uso severo em mineradoras. Os Arocs tem capacidade de tração de 150 toneladas e podem receber básculas de 20 a 24 m3. Antes de serem entregues ao cliente, o veículo passa por algumas modificações.
“Os caminhões passam pelo nosso centro de transformação, onde recebem um ‘kit mineração’ que os preparam para essa operação. Se alguém comprar um Arocs 8×4 para construção civil provavelmente ele não contará com esse kit porque vai rodar no asfalto. Mas aqui ele recebe itens, como uma forração de vinil nos bancos para facilitar a limpeza”.
Atenção especial
Leoncini diz que o setor de caminhões para mineração gira em torno “de 1000 a 1500 veículos por ano”. Embora não seja um mercado de volume aparentemente pequeno, a presença “é importante para mostrar a robustez e as características do equipamento”, segundo o executivo da Mercedes.
O VP contou mais detalhes sobre o setor de caminhões voltados para a mineração.
“Normalmente esse mercado troca os caminhões entre 15 e 18 mil horas de uso em operações pesadas (de 24 horas de trabalho nos sete dias da semana) por conta da necessidade de fazer intervenções mais pesadas em manutenção. Por isso que a maioria das empresas prefere realizar a troca dos caminhões”.
Dentro deste cenário bastante segmentado, a Mercedes-Benz tem uma área exclusiva na empresa dedicada a este nicho.
“Nós temos um time dentro da fábrica voltado para os segmentos off-road, em especial para o mercado de mineração. Sabemos quem são os operadores de caminhões fora de estrada e a rede de concessionárias cuida da prospecção de clientes em suas respectivas regiões. E caso seja um cliente novo nós mandamos um time da fábrica para analisar a operação antes de fazer uma proposta”.
Fonte: Automotive Business
