Até algum tempo atrás, era comum as empresas tratarem as metas de sustentabilidade apenas como “algo que é bom ter”. Hoje em dia, a prioridade mudou e o tema tornou-se obrigatório, passando de “bom ter” para “deve ter”. De acordo com CEOs e líderes, promover uma agenda de sustentabilidade é parte integrante do sucesso da companhia.
Essa é uma das conclusões do recente relatório elaborado pelo Fórum de Bens de Consumo (CGF) e a EY, que reúne opiniões de líderes do setor de bens de consumo e varejo.
Os executivos destacam as prioridades urgentes que o setor deve adotar para ajudar a cumprir o prazo de 2030 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Foram ouvidos representantes de 13 das maiores empresas globais de bens de consumo: Ahold Delhaize, Alibaba Group, Grupo Ajinomoto, Grupo A.S. Watson, Coca-Cola, DFI Retail Group, Grupo Éxito, Grupo Kerry, Kirin Holdings, Grupo Musgrave, Procter & Gamble; Unilever e Woolworths Holdings.
Os CEOs ouvidos pela pesquisa destacam cinco ações urgentes e necessárias para que sejam atingidas as metas no prazo estabelecido pela ONU. São elas:
Parceria para o sucesso – A rentabilidade e a concorrência de receita fazem parte de uma economia saudável. Mas resolver os desafios sistêmicos da sustentabilidade exige colaboração. Apenas com uma postura de união é que as empresas de bens de consumo podem enfrentar os desafios futuros, do combate às mudanças climáticas à redução da desigualdade global.
Medição para o progresso e o impacto – As empresas não podem gerenciar o que não medem e há uma clara necessidade de integrar os objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU com outros quadros para padrões internacionais ou regionais consistentes.
Incorporar a sustentabilidade no DNA da empresa – Empresas que incorporam os ODS em sua cultura de trabalho, potencialmente por meio de recompensas e incentivos, têm muito mais chances de alcançá-los.
Trazer o consumidor para a jornada – As empresas de bens de consumo ocupam uma posição privilegiada que confere grande poder, mas também grande responsabilidade, na formação do público consumidor. Elas podem incentivar um comportamento melhor por parte do consumidor e aumentar a conscientização de todos. Os consumidores, por sua vez, estão recompensando as empresas que tomam as atitudes corretas para melhorar a saúde das comunidades em que estão inseridas. Se as empresas não agirem rapidamente em questões ambientais e sociais, elas serão deixadas para trás.
Os objetivos de sustentabilidade devem ser apoiados, mas deve haver prioridade às áreas em que a empresa tem o poder de fazer a diferença – De acordo com temas como desnutrição, saneamento ou desperdício, determinadas empresas podem contribuir mais para alguns objetivos de sustentabilidade do que outras, conforme sua experiência e esfera de influência sobre as comunidades. A definição de metas ajudará as empresas a fazer uma diferença tangível nas áreas mais adequadas a elas.
“As empresas têm uma responsabilidade sem precedentes. Os problemas globais e urgentes da sociedade não podem ser resolvidos sozinhos pelo governo, empresas, organizações sem fins lucrativos ou cidadãos”, afirma Wai-Chan Chan, diretor geral do Fórum de Bens de Consumo, que prega a união entre todas as esferas.
“Grandes avanços foram feitos na aceleração da ação positiva, mas todos devemos ter como desafio ir muito mais longe se quisermos entregar os ODS até 2030. Com um ethos de colaboração, podemos compartilhar conhecimento e combinar recursos para inovar e adaptar”, completa.
Fonte: Diário do Comércio – Imagem: Freepik