Falta de semicondutores afeta desempenho e muda cenário de vendas de marcas e modelos (PEDRO KUTNEY, AB / COM DADOS DA AUTOINFORME)
A falta de semicondutores que afeta pelo menos 14 fábricas no País e provoca perdas de produção de mais de 220 mil unidades provocou retração das vendas de veículos leves em julho e segue causando muitas modificações no ranking de marcas e modelos mais vendidos do mercado. Segundo números antecipados pela Autoinforme, quem conseguiu manter a produção ativa, mesmo que em ritmo mais baixo, ganhou importantes posições, enquanto as que precisaram paralisar plantas seguem ladeira abaixo.
Em julho a Fiat ampliou ainda mais sua liderança que já vinha crescendo desde o fim de 2020. Com 43,7 mil emplacamento no mês, a marca vendeu mais que o dobro da segunda colocada e dominou quase 27% do mercado mensal, colocando três carros (Argo, Strada e Mobi) nas três primeiras posições do ranking de modelos mais vendidos, além de ter a Toro em quinto.
Menos afetada pela falta de semicondutores e sem parar de produzir, a Toyota fechou o mês na vice-liderança do mercado pela primeira vez em sua história de mais de 60 anos no Brasil. Graças ao bom desempenho do SUV Corolla Cross que começou a ser vendido em abril passado e em julho foi oitavo veículos mais vendido do País, a marca japonesa totalizou 18,6 mil emplacamentos e abocanhou participação mensal nas vendas de 11,5%. A picape Hilux produzida na Argentina – e também não afetada até agora pela escassez de eletrônicos – ficou na décima posição do ranking de modelos, enquanto o sedã Corolla ficou apenas em 16º.
Mais prejudicada pela falta de insumos e com fábricas paradas, a Volkswagen desceu à terceira posição do ranking, com 17,7 mil emplacamentos e participação de 10,9%. Seus dois modelos com melhor desempenho foram Nivus e Polo, ambos produzidos em São Bernardo do Campo (SP), que foram respectivamente 13º e 14º mais vendidos em julho. O Gol produzido em Taubaté (SP), que vinha sempre figurando entre os dez mais emplacados, caiu para a 25ª colocação.
Apesar das diversas paralisações da fábrica de Piracicaba (SP) durante o mês passado, a Hyundai conseguiu manter uma quarta posição em julho, com 15,1 mil emplacamentos e 9,3% de participação. O HB20 foi o quarto carro mais vendido e o Creta ficou em 11º.
Assim como a Fiat, sua companheira de Grupo Stellantis no País, a Jeep segue colecionando resultados recordes. A marca colocou os seus dois modelos produzidos em Goiana (PE), Renegade e Compass, respectivamente na sexta e sétima posições do ranking de veículos leves, garantindo assim a quinta colocação à Jeep na lista das marcas mais emplacadas em julho, com 13,5 mil unidades vendidas, o que equivale a participação de 8,3% no mês.
Com suas duas principais fábricas, Gravataí (RS) e São Caetano do Sul (SP), completamente paralisadas, a General Motors ainda se segura na sétima colocação do ranking de marcas, com 9,4 mil emplacamentos em julho e participação de 5,8%. Seu veículo mais vendido no mês foi a picape média Chevrolet S10, fabricada em São José dos Campos (SP), sua única planta que está voltando a funcionar com volumes mais próximos da normalidade.