O especialista Marcos Marques aborda os diferentes tipos de lubrificantes existentes e o papel fundamental de cada um para garantir o desempenho e a longevidade dos sistemas em diversos setores do mercado
As múltiplas funções dos lubrificantes atribuem a estes fluídos a responsabilidade de garantir a longevidade e o desempenho de sistemas e equipamentos em inúmeros setores. Por esta razão, existem diferentes tipos de lubrificantes, com características particulares para atender as demandas específicas de cada equipamento, sejam motores, sistemas hidráulicos, transmissões, redutores, fundição, linha branca e outros.
Entre as principais funções destes óleos, podemos elencar a refrigeração de partes mecânicas, a preservação contra oxidação, a vedação entre as folgas das partes móveis, a eliminação de ruídos, além de evitar o acúmulo de depósitos, amortecer impactos, bem como, é claro, manter as peças lubrificadas e reduzir o atrito e o calor que emana dos componentes. Para que consigam cumprir este papel com eficiência, os óleos lubrificantes se apresentam das mais diferentes formas, ou seja, podem ser gasosos, líquidos, sólidos ou semissólidos.
Neste sentido, é fundamental compreender os diferentes tipos de lubrificantes, bem como as suas aplicações, a fim de minimizar o desgaste e prolongar a vida útil dos equipamentos lubrificados, seja no setor automotivo, de mineração, construção, agricultura, aço, cimento, aeronáutica, aeroespacial, energia eólica, alimentação, fundição, vidros e demais setores.
Os diferentes tipos de lubrificantes e seus principais componentes
Para entender a aplicação e as funções dos lubrificantes é necessário compreendermos a origem destes óleos. Em um contexto geral, os fluidos podem ter origem animal, vegetal, mineral, sintética, ou ainda, uma mistura entre eles. Cada um cumpre um papel específico nesta cadeia. Neste sentido, os óleos oriundos de animais e vegetais geralmente são utilizados de maneira separada para a lubrificação, uma vez que apresentam baixa resistência à oxidação. Já os sintéticos, que possuem custo mais elevado, são utilizados em último caso, principalmente, quando os outros tipos de lubrificante não atingem os resultados esperados.
Para se ter uma ideia, durante muito tempo utilizou-se o óleo mineral puro para realizar a lubrificação de componentes e equipamentos. No entanto, com a descoberta dos aditivos, a utilização destes lubrificantes sofreu uma forte transformação. De forma geral, os aditivos são compostos químicos, que quando adicionados aos óleos, aprimoram suas características. Ou seja, são responsáveis por reduzir as propriedades indesejáveis dos óleos e melhorar as desejáveis.
Nos motores à combustão, por exemplo, os aditivos apresentam papel indispensável, principalmente nos movidos a diesel. Isto acontece porque, com o aumento da tecnologia, novos componentes eletrônicos tornaram-se parte integrante de um motor. Esta inclusão gera problemas como entupimento dos bicos injetores, bem como a corrosão de todo o sistema.
Para sanar estes problemas e evitar o desgaste desnecessário das peças, a solução foi tornar estes diversos tipos de lubrificantes mais estáveis, a partir da alteração de sua composição química. Deste modo, os óleos conseguem desempenhar uma performance mais eficiente com a inclusão de aditivos em sua fórmula.
Aditivos mais utilizados e as principais aplicações
Existe uma extensa variedade de aditivos que podem ser incorporados aos lubrificantes, durante o processo de produção. Cada um exerce uma função específica para garantir o pleno funcionamento de determinados equipamentos. Nos automóveis, por exemplo, estes aditivos são utilizados de acordo com a situação, seja em motores, transmissões, sistemas hidráulicos, protetivos ou de freios. Para visualizar melhor esta situação, vamos entender as aplicações de cada um deles.
Os aditivos detergentes, ou dispersantes, têm a função de limpar os resíduos de carbono, formados durante a combustão do motor. Já os anticorrosivos, protegem o motor das agressões químicas decorrentes deste mesmo processo. Essencial para prolongar a vida útil dos componentes, os aditivos antioxidantes apresentam como característica a inibição da oxidação dos metais. Os de extrema pressão, por sua vez, evitam o desgaste destes metais, diminuindo o atrito e a pressão.
Assim como nos demais fluídos, a variação de temperatura também influencia na viscosidade dos lubrificantes. Neste sentido, o aditivo aumentador de viscosidade cumpre a função de manter o óleo com a viscosidade ideal para a melhor performance do produto, expandindo as moléculas de acordo com a oscilação da temperatura.
Atenção aos cuidados relacionados à qualidade destes produtos
É fato que existem diversas marcas diferentes de lubrificantes espalhadas pelo mundo. No entanto, nem todas elas entregam o produto conforme descrito no rótulo. Por isso, para identificar um produto de qualidade, é necessário em primeiro lugar verificar qual a descrição do lubrificante correto para o equipamento, conforme indicado no manual de serviços. Nele é possível encontrar as informações sobre a viscosidade (identificada como SAE), a especificação técnica (referenciada como API/ACEA) e a homologação do fabricante. Esta homologação valida o produto como testado e aprovado para aplicação específica do conjunto.
No mercado brasileiro é importante atentar-se a outros detalhes, uma vez que ainda ocorre falsificações de produtos. Desta forma, além de observar as informações mencionadas, vale verificar alguns detalhes importantes como o número do registro ANP, número do lote do fabricante, validade do produto e lacre da embalagem.
Marcos Marques é Coordenador de Vendas Aftermarket da FUCHS, maior fabricante independente de lubrificantes e produtos relacionados do mundo.
Informações
EPR Comunicação Corporativa
Pedro Massari
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