Pandemia acentuou as dificuldades de um setor que já estava fragilizado pela economia (MÁRIO CURCIO, PARA AB)
A produção de ônibus em julho foi de apenas 1.533 unidades, resultando em queda de 5,5% em relação a junho. Este foi o pior resultado para o mês de julho desde o distante 1999. No acumulado do ano foram fabricados 11,8 mil ônibus, resultando em uma pequena alta de 12,1% sobre iguais meses de 2020, ao mesmo tempo em que a produção de caminhões crescia mais de 100%. Os números foram divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
“O setor de ônibus já não tinha uma situação confortável antes da pandemia por causa da questão das tarifas, cujos reajustes impactam a inflação, mas o aumento dos custos para o transportador também era uma realidade”, recorda o vice-presidente da Anfavea, Marco Saltini.
O executivo ressalta que o segmento foi ainda mais fragilizado com a chegada da pandemia de Covid-19, quando os veículos quase pararam de circular, depois tiveram de voltar às ruas rodando com poucos passageiros.
Dos 11,8 mil ônibus fabricados até julho, 10,3 mil eram modelos urbanos, cuja produção cresceu 21,3%, ao mesmo tempo em que os rodoviários (1,5 mil) recuaram em mais de 25%. “O que se percebe é que as vendas recomeçam pela renovação de algumas frotas, que têm limite de idade”, recorda Saltini.
EXPORTAÇÃO DO SETOR NO ANO É A ÚNICA EM QUEDA
O mês de julho teve 331 ônibus enviados ao exterior, resultando em queda de 2,9% ante junho. E em sete meses o Brasil embarcou somente 2,2 mil unidades, uma retração também de 2,9% em relação ao mesmo intervalo de 2020, enquanto a exportação dos automóveis cresceu 53,9%, dos comerciais leves, 24,7% e dos caminhões, 109,7%.
Vale dizer que esse recuo foi puxado pelos modelos rodoviários: 687 unidades no acumulado e queda de 38,4% ante igual período do ano passado. Já os modelos urbanos somaram 1,5 mil embarques, 30,8% a mais pela comparação interanual.
MERCADO DOMÉSTICO: SÓ 8,8 MIL UNIDADES
Durante julho foram licenciados 1.270 novos ônibus, total 11,2% menor que o anotado em junho. Segundo a Anfavea, a queda decorre do menor volume de unidades destinadas ao programa Caminho da Escola, que ainda assim teve participação de 25% nos emplacamentos do mês.
No acumulado do ano foram emplacados 8,8 mil ônibus, resultando em alta de 21,7% sobre iguais meses do ano passado. Saltini recorda que até o fim do segundo semestre os emplacamentos para o Caminho da Escola voltarão a crescer como consequência da entrega dos novos lotes.
– Faça aqui o download do balanço da Anfavea com os volumes de produção, vendas domésticas e exportações no período janeiro-julho 2021
– Veja outras estatísticas em AB Inteligência
Fonte: Automotive Business