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Meta da Anfavea é terminar o ano com 2,140 milhões de unidades vendidas

18/11/2022

Todos os meses, a Anfavea realiza a sua coletiva de imprensa para apresentar os resultados do mês anterior e do acumulado do ano. Nesta edição, ela foi híbrida, realizada presencialmente na Fenauto e transmitida pelo canal do Youtube. Na abertura do encontro, Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, falou sobre um motivo de comemoração: há exatos quatro anos foi lançado o Rota 2030, no Salão do Automóvel.

“O programa dava a visibilidade dos investimentos, passando por questões energéticas e de segurança veicular. Um programa construído pelo Governo e pelo nosso setor, um marco para a indústria automobilística no mundo, não só no Brasil, justamente por dar a visibilidade dos investimentos feitos e é o que estamos fazendo nesta segunda rodada de investimentos”, afirmou.

Balanço

Leite fez uma análise do que aconteceu neste ano, até outubro. “Estamos tendo um ano bastante complexo. Começamos com um volume baixo de produção, bastante restrita devido à crise e não apenas de semicondutores. De abril em diante, melhoraram a produção e, consequentemente, os emplacamentos. Devido aos feriados, setembro foi muito bom, com uma pequena variação em relação a agosto, que foi um mês cheio, e principalmente pelos insumos que vieram para o Brasil, devido ao fechamento das fábricas na Europa no período de férias”.

Segundo o executivo da Anfavea, outubro poderia ter sido melhor ainda se não fossem os resultados do último dia do mês (31), impactados pela eleição um dia antes e pelas paralisações que aconteceram no País. Nesta data, as vendas de autoveículos somaram 9 mil unidades, bem abaixo do registrado no último dia do mês de setembro, 17 mil unidades.

“Se pegarmos 10 mil unidades que deixamos de emplacar no último dia de outubro, em comparação com o último dia de setembro, estaríamos muito em linha com o mês de setembro. Apesar desta situação, nós tivemos um crescimento na média diária de emplacamentos em outubro (11,4% em relação a setembro) e novembro também começou com um aumento nas vendas diárias”, comparou.

Projeções factíveis

Para este ano, a meta é chegar a 2,140 milhões de unidades vendidas. Até outubro foram 1,684 milhão, ou seja, faltam vender 456 mil unidades, o que o presidente da Anfavea disse ser factível. “Em 2019, nos dois últimos meses do ano, foram 505 mil unidades vendidas, em 2020, 469 mil, e em 2021, 380 mil no mesmo período. Para nós, a projeção é factível, já começamos novembro com sinais de crescimento. Temos cenários que podem impactar, como a Copa do Mundo, mas esse é um número mágico para a gente”.

Ele colocou também que, geralmente, dezembro é um mês com um volume considerável de vendas, em média de 270 mil unidades. “Tudo indica que dentro de uma tranquilidade e serenidade, nós atingiremos a meta”.

Tecnologia

No volume de emplacamentos de automóveis e comerciais leves, no acumulado do ano até outubro, foram 38,7 mil unidades de elétricos e híbridos, no mesmo período de 2021, esse volume foi de 26,9 mil. “É um cenário baixo em termos de volume. A eletrificação é muito importante para o País. Temos que atrair tecnologia, criar infraestrutura para que esse mercado tenha relevância numérica e trabalhar para a produção interna de veículos com eletrificação”, defendeu.

Pesados

No segmento da linha pesada, máquinas continuaram batendo recorde de vendas, com um crescimento de 37% para rodoviárias e de 23% para agrícolas, no acumulado do ano. “A grande notícia positiva para a gente é o mercado de máquinas. Mas continuamos com desafios logísticos, principalmente para a Argentina”, comentou Leite.

Ele lamentou a ausência de subsídios do Governo. “As linhas de financiamento se encerraram e há dois meses, nós temos sinalizado para o governo que isso impacta demais, principalmente o pequeno produtor que depende do crédito para girar o seu negócio. Outro fator importante é que a Argentina é um mercado muito importante por máquinas. Tirando esses dois fenômenos, o mercado vem performando de maneira muito satisfatória”.

Em se tratando de caminhões, as vendas somaram 106 mil unidades no acumulado deste ano, com destaque para pesados e semipesados, com 81,1 mil unidades, um resultado similar ao mesmo período de 2021: 104 mil unidades, sendo 80,8 mil pesados e semipesados. “O primeiro semestre para caminhões foi mais complicado do ponto de vista de oferta, um crescimento com instabilidade e desafios logísticos”, disse o vice-presidente da Anfavea, Gustavo Bonini. No acumulado do ano, as vendas de caminhões tiveram uma queda de 2,2% e as de ônibus, um crescimento de 12,4%.

Produção

Também no acumulado do ano até outubro, a produção de Autoveículos (automóveis, comerciais leves, caminhos e ônibus) teve uma alta de 7,1%, quando comparado ao mesmo período do ano passado, totalizando 1,962 milhão de unidades. Caminhões tiveram uma queda de 0,2% no período e o segmento de ônibus apresentou um crescimento de 69,8%.

“Em outubro, nós entregamos 206 mil unidades de autoveículos, muito em linha com o que tínhamos conseguido em setembro. Se não tivesse feriado e parada de fábricas, teríamos batido recorde bem maior do que vínhamos apresentando nos meses anteriores”, avaliou Leite.

Rotas de exportações

Nos resultados das exportações, Leite falou sobre o aumento das participações do México e do Chile. Foram 42,8 mil unidades exportadas em outubro, ante 28,5 mil em setembro. 75% do crescimento foram para estes dois países e não para a Argentina. “O crescimento da exportação teve uma configuração um pouco diferente do que estávamos acostumados. Tradicionalmente, vínhamos observando que a Argentina era o grande volume de nossas exportações, as vendas para ela continuam, mas com volume baixo”.

Segundo ele, a Argentina não é mais aquele mercado que apontava para 1 milhão de unidades, hoje representa cerca de 300 mil. “É uma questão que precisamos acompanhar e ficar atentos com o que acontecerá no mercado e nas exportações”, acrescentou.

Financiamento e estoque

Assim como nos meses anteriores, desde junho de 2021, a curva entre vendas de veículos financiados e à vista foi totalmente alterada. Hoje 64% delas acontecem à vista, o que não é um bom indicador para o setor. “O nosso mercado depende muito crédito. Esse percentual de vendas à vista é um sinal amarelo para o setor. Até agora não teve um grande comprometimento, devido à demanda reprimida pela falta de produção de veículos, mas o cenário de juro é importantíssimo para o crescimento do nosso mercado”, afirmou o presidente da Anfavea.

Quanto ao estoque, ele disse estar dentro da normalidade. São 188,9 mil unidades para 31 dias de estoque, mesmo se comparado a anos anteriores. “Esse número não pode ser analisado como uma fotografia. Em 2019, em um cenário de normalidade antes da pandemia, este número era de 360 mil. Hoje, nós estamos com metade, mas não há expectativa que esse estoque abaixe, ele vai se manter. Somente de caminhões haverá naturalmente uma redução mais significativa por causa do Euro 6, pois é preciso desovar o estoque”.

Fonte: Balcão Automotivo

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