Por Mario Curcio
O mercado de máquinas agrícolas estaria “andando de lado”. Ou seja, sem indícios de recuperação ou queda. A análise é do vice-presidente da Case IH para América Latina, Christian Gonzalez.
O executivo participou de uma apresentação prévia, em Sorocaba (SP), dos lançamentos que a fabricante fará na Agrishow, principal feira agrícola brasileira, que começa em 28 de abril em Ribeirão Preto (SP).
O motivo da estagnação do mercado de máquinas agrícolas recai sobre as condições de financiamento. Segundo Gonzalez, taxas de juros de dois dígitos têm forte impacto na decisão de compra do agricultor.
Projeções para o mercado de máquinas agrícolas

A Case IH acredita em vendas semelhantes às do ano passado, em linha com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que projetaram um mercado total de 48,9 mil máquinas agrícolas para 2025, mesmo volume do ano passado.
“O que vai bem neste momento é a venda de tratores de baixa potência”, afirma Gonzalez.
Esses modelos teriam puxado para cima o mercado total de tratores e de máquinas agrícolas em janeiro e fevereiro.
Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o volume total de tratores do primeiro bimestre somou 6,8 mil unidades, 46,5% a mais que em iguais meses de 2024.
Em todo o ano de 2024, também de acordo com a Abimaq, foram vendidas 44,7 mil tratores, queda de 11,8% em relação a 2023. Essa retração do ano passado seria mais alta, não fosse a boa demanda por tratores até 80 cv. O motivo, segundo a Anfavea, foi a boa oferta de crédito para o segmento.
Questionado sobre a turbulência criada pelo atual governo dos Estados Unidos e as perspectivas em termos de aumento de exportação de grãos ou queda no envio de máquinas, Christian Gonzalez afirma:
“A gente analisa e se prepara, mas ainda é muito cedo para tomar decisões. É um quebra-cabeça complexo e estão ocorrendo evoluções diárias.”
Segundo a Anfavea, os Estados Unidos foram o principal destino das máquinas agrícolas e de construção montadas no Brasil, respondendo por 42% dos embarques. A filial da Case IH exporta máquinas para os EUA.
Fonte: Automotive Business