“Qualquer associação de classe será tão forte quanto os seus membros queiram fazê-la.”

Mercado de locação de carros cresceu 33,5% em 2021

10/03/2022

Mesmo diante da pandemia e da crise na indústria automotiva, as locadoras de veículo vivem sua melhor fase. Segundo o anuário da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA), divulgado nesta terça-feira 8, a locação de veículos cresceu 33,5% em 2021. O faturamento bruto do setor saltou de R$ 17,6 bilhões em 2020 para R$ 23,5 bilhões no ano passado, o maior crescimento em cinco anos.

A frota também aumentou. Em 2021, as locadoras compraram 441.858 carros zero quilômetro, o que representa 25,5% do total de automóveis comerciais leves emplacados no país. No comparativo com o ano anterior, o crescimento da frota das locadoras foi de 22,5%, quando foram comprados 360.567 veículos. O resultado, no entanto, ainda é menor do que o anotado em 2019, com 541.346 emplacamentos.

Novas normas de emissões ajudaram

O resultado superou as expectativas do setor. Para a ABLA, as novas normas do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve) impulsionaram os negócios.

“Não esperávamos esse número, mas a mudança do L6 para L7 do Proconve aumentou o nosso percentual de emplacamentos. Antes, os emplacamentos se mantinham na faixa de 20%”, explicou o responsável pelo estudo da ABLA, Paulo Miguel Junior, também conselheiro da associação.

Para o presidente da ABLA, Marco Aurelio Gonçalves Nazaré, o desempenho do setor é motivo de comemoração. “Conseguimos crescer em um momento de pandemia e dificuldades do setor automotivo. Para 2022, a nossa expectativa é de crescimento acelerado, com resultados acima de dois dígitos.”

Uma das principais explicações para o aquecimento do mercado é a mudança de hábito do consumidor. Com o aumento do preço de compra do carro 0km, a locação se tornou uma opção um pouco mais viável. A terceirização de frotas corporativas também impulsionou os bons resultados.

Nazaré reconheceu ainda que a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em 18,5% para carros novos não ajuda tanto o setor. “É importante ressaltar que a intenção do governo é reduzir o preço dos novos veíuclos para aquecer a venda no varejo, mas isso foi comprometido pelos aumentos de preços praticados na virada do mês. Se tivemos uma redução de 18,5% média no IPI, tivemos aumento de preços de 2% a 3%.”

Locadoras precisam de 400 mil novos veículos

A crise da indústria automotiva, no entanto, é uma “faca de dois gumes” para o setor de locação de veículos. Ao mesmo tempo em que impulsiona a mudança de hábitos dos consumidores, impacta na compra de veículos para a renovação da frota.

Em 2019, a idade média da frota foi de 14,9 meses, a mais baixa da série histórica. Em 2020, a idade média dos veículos foi de 19,6 meses e no ano passado, 27,4 meses.

“Faltam veículos. A estimativa é que precisaríamos de mais 400 mil veículos para equilibrar os estoques atuais e renovação de frota. Os consumidores exigem veículos mais novos e uma frota envelhecida gera mais gastos com manutenção”, afirmou Nazaré. “Estamos negociando mês a mês [com as montadoras]. Além do aumento de preço dos veículos, tivemos redução nos descontos, que antes eram cerca de 12% e agora estão entre 5% e 6%.”

Modelos mais comprados por locadoras

No ranking de emplacamentos de comerciais leves pelas locadoras, a Stellantis ficou no primeiro lugar, com 38% (167.987 carros) do total comprado pelas empresas de aluguel em 2021. A Volkswagen aparece em seguida com 19,27% (85.164 unidades). O modelo mais emplacado pelas companhias de locação em 2021 foi o Fiat Mobi Like, com 29.571 unidades.

No ranking por segmentos, os veículos de entrada ficaram em primeiro lugar, representando 22% dos emplacamentos pelas locadoras. Em seguida, os SUVs (20%), os hatchs pequenos (17%) e os sedãs pequenos (11%). 

“Mantivemos o padrão dos últimos anos com os veículos de entrada, mas vemos que a tendência é ter um mix maior de carros na frota das locadoras porque as montadoras não estão mais focando nos modelos de entrada e sim no valor agregado dos veículos. Além do destaque para os SUVs, que vem aumentando ano a ano”, afirmou Paulo Miguel Junior.

Apesar de algumas locadoras apostarem em carros elétricos, como a Movida, os modelos zero combustão não devem ser uma opção comum aos clientes tão cedo. Na visão do presidente da ABLA, o custo desses veículos ainda é muito alto e devem demorar pelo menos uma década para atingir a participação de 10% a 15% da frota das locadoras. A melhor aposta nesse sentido podem ser os veículos híbridos.

Fonte: Automotive Business

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