A venda de implementos rodoviários em junho anotou 13,1 mil unidades. A comparação com maio aponta pequena queda de 4,1%, mas a média diária aumentou de 622 para 625 equipamentos entregues. No entanto, o acumulado do ano teve 75 mil unidades emplacadas e indica retração de 2,3% na comparação com iguais meses do ano passado.
Os números foram divulgados na quarta-feira, 6, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir), que revisou para baixo a expectativa de vendas do segmento, assim como fez a Fenabrave para os caminhões. No início do ano a Anfir estimava crescimento de 5% a 10% (algo entre 171 mil e 179 mil implementos), mas agora prevê 165 mil unidades, ou seja, alta de apenas 1,4% a mais que em 2021.
Para alcançar essa nova projeção, os fabricantes terão de vender quase 20% a mais no segundo semestre que no primeiro. Eles acreditam nessa possibilidade por dois motivos. Um deles é a Fenatran, principal feira do setor de transporte de cargas, que ocorre de 7 a 11 de novembro.
Outro ponto é que os caminhões ficarão mais caros em 2023 pela mudança de legislação de emissões (de Proconve P7 para P8) e os frotistas tendem a antecipar suas renovações de frota para fugir desse aumento.
“Com esses dois fatores, a indústria terá condições de minimizar as eventuais perdas e manter um patamar de unidades emplacadas semelhante a do exercício anterior”, afirma o presidente da Anfir, José Carlos Spricigo.
Vendas por segmento
O maior volume de vendas no primeiro semestre foi de implementos pesados, os reboques e semirreboques. Com 40,2 mil unidades entregues, o segmento anotou importante queda de 10,3% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram emplacadas 44,9 mil unidades.
Essa retração decorre da dificuldade dos fabricantes de caminhão em entregar os veículos novos que puxariam essas carretas. Segundo dados da Anfavea, a venda de caminhões pesados havia recuado mais de 9% no acumulado até maio.
Entre os implementos com grande volume de vendas, chama a atenção a queda de 53,2% para os baús de carga geral, que tiveram apenas 2,6 mil unidades entregues no semestre, ante 5,5 mil na primeira metade do ano passado. Os equipamentos graneleiros somaram 6,4 mil e recuaram 26,1%.
Os implementos canavieiros fecharam o semestre com alta de 16% (1,5 mil unidades) e os baús frigoríficos, com crescimento de 22,4% (mil unidades). Pela nova estimativa da Anfir, até o fim do ano serão entregues 80 mil reboques e semirreboques, resultando em queda de 11,4% na comparação com 2021.
Nas carrocerias sobre chassi, alta de 9,1%
Os implementos leves, montados sobre chassi, somaram no primeiro semestre 34,8 mil unidades, resultando em crescimento de 9,1% sobre o mesmo período do ano passado. Os equipamentos leves ajudaram a reduzir a retração nas vendas totais do setor.
A construção civil favoreceu o segmento durante todo o semestre. Como exemplo, os implementos basculantes somaram 5,1 mil unidades e anotaram alta próxima a 60%. Até o fim deste ano, as associadas à Anfir devem entregar 85 mil carrocerias sobre chassi, resultando em alta de 17,5% sobre 2021.
Fonte: Automotive Business