Com vendas expressivas e conquistando um público consumidor cada vez maior, os carros elétricos têm se firmado como o futuro da indústria automobilística. Somente no Brasil, de acordo com o relatório Global EV Outlook 2025, da Agência Internacional de Energia (IEA), a venda de eletrificados mais que dobrou entre 2023 e 2024.
Números de emplacamentos recentes mostram que, de abril a maio de 2025, houve um aumento de 10% nas vendas, e, com relação ao mesmo mês do ano anterior, um salto de quase 60%, segundo dados da plataforma AutoDash. A queda nos preços e fábricas se instalando no Brasil têm contribuído para colocar o país na liderança do volume de vendas na América Latina.
Cuidados com os veículos elétricos
Em paralelo ao crescimento das vendas, há o aumento da procura por manutenção. Afinal, assim como acontece com os veículos a combustão, os carros elétricos também demandam conserto, ainda que possuam menos partes móveis, ao contrário de um motor convencional. Esta é, aliás, uma das vantagens do elétrico: menos peças em movimento geram menos desgaste, menos trocas e menos propensão a quebra.
Contudo, isso não significa que a manutenção deva ser negligenciada. Os componentes elétricos, como, por exemplo, os sensores, ainda que apresentem maior durabilidade, são delicados e demandam cuidado. No mais, por não precisarem de trocas de óleo, velas, correias e filtros, as idas ao mecânico tendem a ser muito menos recorrentes no caso dos elétricos, tornando a manutenção cerca de 30% mais barata.
A bateria é o principal componente
Entre as diferenças principais entre elétricos e carros a combustão, está a bateria. Sendo o coração do veículo, embora tenha uma duração estimada em 20 anos, precisa de atenção preventiva. Como todo o sistema de alimentação é complexo e demanda cuidados, a manutenção preventiva é fundamental para garantir o bom funcionamento dos elétricos.
Os cuidados com a bateria envolvem principalmente não deixá-la descarregar por completo nem rodar com pouca carga. Ela também possui módulos que podem se danificar. Contudo, é possível diagnosticar qualquer problema com um scanner. O aparelho “lê” a saúde da bateria e mostra sua condição, detectando possíveis problemas nos seus componentes, como bocais de carregamento e rotores.
É importante que a manutenção seja feita na concessionária ou em oficinas especializadas. Além de o scanner ser um aparelho bastante específico, a bateria opera em alta tensão, o que causa risco à vida de quem se arrisca a mexer sem os devidos cuidados e conhecimento. A oficina também deve fazer a atualização do software do veículo, para que mantenha o bom desempenho.
Podendo chegar a ter mais de 200 kg, a troca da bateria, quando necessária, demanda também um elevador automotivo, além de uma plataforma elevatória móvel capaz de suportar o peso da bateria. No mais, as baterias também possuem um sistema de arrefecimento, que deve ser verificado de tempos em tempos.
Atenção aos conjuntos que sofrem maior carga
A maior parte da manutenção segue o mesmo cronograma de um carro comum. Contudo, devido ao maior peso dos conjuntos, há um desgaste acentuado em pneus e suspensão. O alto torque dos elétricos também é um fator que acelera o desgaste. O rodízio de pneus é recomendado, bem como a inspeção preventiva de amortecedores e molas.
Os freios regenerativos precisam também de atenção. O fluido deve ser conferido frequentemente, ainda que desgaste menos que o freio convencional. Com a devida atenção a estes componentes, o carro elétrico tem uma grande durabilidade com economia.