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Fiat Titano sobe de nível após ser stellantizada

Fiat desenvolveu no Brasil soluções para os pontos criticados em sua primeira picape média, originada de projeto chinês para marca francesa

07/07/2025

Por Leandro Alves

Há pouco mais de um ano, em março de 2024, a estreia da Fiat no segmento de picapes médias deixou algumas dúvidas sobre seus planos reais. Afinal, por que a líder de vendas em todos os segmentos, com sucessos originais como Strada e Toro, utilizou o projeto da PSA com a chinesa Changan, que originalmente era uma picape Peugeot, sem muitas modificações estruturais, além da aparência? Motor, suspensão e principalmente o interior denunciavam sua origem.

Pois agora, rapidamente, bem ao estilo Fiat, muita coisa mudou e a Titano, finalmente, recebeu os cuidados e a expertise da Stellantis para produzir uma picape com atributos mais adequados ao consumidor e ao ecossistema nacional.

A mudança começou no endereço, pois a Titano passou a ser produzida no hub de picapes de Córdoba, Argentina, deixando a linha de montagem da Nordex, parceira da Stellantis, no Uruguai, apenas com a produção de vans de várias marcas do grupo. Na Argentina a capacidade nominal é de 45 mil unidades, e a Stellantis acredita que, inicialmente, 50% do volume serão destinados ao Brasil.

A Stellantis caprichou nesta que pode ser considerada uma nova geração e mais de trezentos engenheiros participaram de todo o desenvolvimento aqui no Brasil, que incluiu novos conjuntos de suspensão para dianteira e traseira e também para a cabine. O resultado é um comportamento muito superior ao modelo anterior principalmente em conforto e no compromisso com a robustez e sua capacidade off-road.

Titano Ranch

Coxins criados exclusivamente para o chassis, novas molas e amortecedores reduziram em 14% o ruído e melhoraram o conforto ao rodar em qualquer piso. Uma das reclamações sobre a primeira Titano era justamente as vibrações na cabine.  Há ainda um o novo sistema de tração integral permanente, AWD, que permite a troca automática da tração traseira e a tração integral, 4X4.  

O motor também é outro, o Multijet 2.2 de 200 cv. Importado da Itália este moderno motor a diesel tem injeção direta, turbina com geometria variável e melhor tecnologia de recirculação de gases e gestão de material particulado, que atende com louvor à fase 8 da legislação Proconve pare veículos leves, segundo a Stellantis.

Outra importante reclamação de clientes, a falta de força para ultrapassagens, deixou de existir, pois a recalibração do Multijet para o Brasil gera 450 Nm de torque já em 1,5 mil rpm.

Motor Multijet 2.2 a diesel de 200 cv

A reportagem teve contato com a nova Titano na pista de desenvolvimento da Stellantis no Brasil, em Curvelo, MG. Lá rodamos no autódromo e, também, em diversas pistas em situações bastante adversas, as mesmas que os clientes de picapes costumam encontrar quando este veículo é utilizado para o trabalho em fazendas, por exemplo: terreno de pedra e terra batida que geram muitas vibrações, facões, subidas e descidas íngremes e até uma trilha fechada no meio da mata com todas as dificuldades que os picapeiros raiz mais desejam encontrar em suas aventuras off-road. Subimos uma escada com grande inclinação, algo incomum para uma picape.

Em todos esses momentos chamou a atenção tanto sua capacidade de superar os desafios com um motor muito mais esperto, que ficou 11% mais potente e melhorou em 13% o torque, mas, sobretudo, o conforto e o nível de vibração na cabine. Parece outra picape.

A Stellantis informa que o Multijet 2.2 diesel, acoplado a transmissão de oito velocidades da ZF, melhorou o consumo da Titano, que passa de 8,5 km/l para 9,9 km/l na cidade e de 9,2 km/l para 10,8 km/l na estrada, 16% e 17%, respectivamente, superior à motorização adotada na versão anterior. A aceleração de 0 a 100 km/h passou de 12,4 segundos para 9,9 segundos, ou seja, 20% melhor. 

Tecnologia e preço

Não bastasse a reformulação quase total no projeto de engenharia da Changan Kaicheng F70 a Stellantis aumentou a eletrônica a bordo, a começar por um sistema elétrico na direção. O acionamento eletrônico da frenagem de estacionamento veio no conjunto de freios a disco nas quatro rodas com EBD.

Também veio um novo quadro de instrumentos para o motorista com uma tela digital de 7 polegadas. E uma nova interface da central multimídia, que oferece conexão muito mais eficiente para os aparelhos que serão utilizados sem fio.

Interior com novos elementos como a alavanca da transmissão automática

Para o condutor a tecnologia vem em forma de segurança ativa, com a adoção do sistema ADAS, com piloto automático adaptativo, frenagem automática de emergência e monitoramento de ponto cego, itens mais comuns em automóveis.

Com todas essas melhorias os preços naturalmente subiram, em média, 10%. Os preços de cada uma das versões:

  • Titano Endurance — R$ 233 mil 990 
  • Titano Volcano — R$ 263 mil 990
  • Titano Ranch — R$ 285 mil 990

De acordo com Alexandre Clemes, diretor de marketing de produto da Fiat, ainda não é momento de falar abertamente em volumes, tampouco de liderança no segmento de picapes médias: “Depois de SUV o segmento de picapes é o que mais cresceu, 18% em 2004. Esperamos acompanhar esse crescimento”.

No caso da Titano o que ele consegue afirmar agora é a expectativa de que 60% das vendas sejam na versão mais equipada, a Ranch, por causa do perfil do cliente que busca uma opção tão completa quanto o que há disponível no mercado nacional e mais competitiva em termos de preço nessa categoria.

A julgar pela diferença de preço com as líderes do mercado, algo de R$ 30 mil a R$ 40 mil mais em conta, a Titano, nesta nova geração, pode fazer o cliente olhar com mais atenção para este produto que, agora, representa muito mais do que na sua estreia neste segmento.

Fonte: AutoData

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