“Qualquer associação de classe será tão forte quanto os seus membros queiram fazê-la.”

Fabricantes de veículos comerciais projetam reação no segundo semestre

Foi o que disseram executivos da Volvo, Iveco e Mercedes-Benz durante Seminário AutoData Revisão das Perspectivas 2025

26/06/2025

Apesar das dificuldades do cenário macroeconômico, marcado pela alta da taxa básica de juros, atualmente em 15% ao ano, e das consequentes retrações nas vendas em comparação com o ano passado, fabricantes de caminhões e ônibus estão confiantes em que a reta final de 2025 traga mudanças que propiciem a retomada do mercado, o que deverá ser consolidado em 2026.

Foi o que sinalizaram Clóvis Lopes, gerente comercial de caminhões da Volvo, Marco Pacheco, diretor comercial da Iveco, e Walter Barbosa, vice-presidente de vendas e marketing de ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, durante o Seminário AutoData Revisão das Perspectivas 2025, realizado na quarta-feira, 25.

Clóvis Lopes. Fotos: Bruna Nishihata.

Lopes citou como ponto positivo o elevado nível de emprego, que estimula a indústria e puxa o consumo, que demanda maior necessidade de transporte. Outro fator é a atividade extrativa impulsionada pelos segmentos de mineração, madeira e cana-de-açúcar, que têm gerado negócios. A atividade agrícola, com expressiva produção da soja, e o crescimento de setores exportadores aumentam a necessidade por novos veículos.

“A expectativa é que a Selic mantenha-se alta por mais alguns meses e, então, comece a cair. Acredito que no segundo semestre os bancos já deverão se movimentar e baixar taxas a fim de ampliar a competitividade, o que dá a expectativa de que o último trimestre do ano seja mais aquecido.”

O executivo da Volvo ressaltou que pontos de atenção são as incertezas em torno do aumento do IOF, uma vez que boa parte dos financiamentos é feita em CDC, e o desequilíbrio fiscal, o que o leva a crer que “2025 será um bom ano, não será ruim, só está passando por ajustes”.

Ainda assim, sua expectativa é a de que o mercado de caminhões acima de 16 toneladas retraia 10%, principalmente pelo desempenho dos pesados, que tiveram antecipação de compra em 2024 diante da projeção de alta dos juros deste ano.

Para Pacheco a projeção é a de que o recuo seja de 6%, considerados também veículos leves, a partir de 3,5 toneladas, cuja aquisição está sendo estimulada pelo comércio eletrônico. Ele compartilha dos pontos de atenção e destaca oportunidades diante da existência de 320 mil caminhões acima de 20 anos de idade. 

Marco Pacheco. Fotos: Bruna Nishihata.

Frente à volatilidade cambial o executivo da Iveco também crê que seja interessante ampliar a localização de componentes e, enquanto o programa de renovação da frota não sai do papel, há possibilidades para que o pós-venda expanda seu trabalho na troca de componentes dos veículos usados até que o crédito melhore e a substituição do veículo seja realizada.

Enquanto a venda dos caminhões pesados enfrenta mais dificuldades, e bastante concorrência dos fabricantes para as empresas dispostas a adquirir um 0 KM, os semipesados têm apresentado crescimento por causa de demanda reprimida nos últimos três anos e, diante da necessidade de aquisição devido à melhora do momento logístico, voltou ao patamar normal, só que na base de comparação depreciada se tem aumento porcentual.

Caminho da Escola deverá continuar estimulando setor de ônibus 

Com relação aos ônibus Barbosa apontou que o programa do governo federal Caminho da Escola deverá continuar estimulando a produção, tanto pelo fato de que a licitação vigente, que prevê 16 mil unidades, deverá receber em torno de 10 mil, sendo até 6 mil este ano, e, portanto, novo edital será necessário, com volume de 8 mil a 10 mil unidades, quanto pelo fato de que 2026 será ano de eleição.

Walter Barbosa. Fotos: Bruna Nishihata.

O executivo da Mercedes-Benz ressaltou que o Brasil é o terceiro maior mercado de ônibus, atrás apenas de Índia e China e que, no ano passado, os emplacamentos de 22,3 mil unidades configuraram o melhor resultado dos últimos dez anos.

Unidades de fretamento também têm sido impulsionadas pelos segmentos de agronegócio e mineração e as de uso urbano por programas como o PAC Mobilidade, o Fundo Clima e o Refrota, que estimulam a renovação da frota. 

Fonte: AutoData

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