Por Caio Bednarski
Com o crescimento da venda de veículos elétricos no Brasil, que bateu recorde em maio, o mercado de seminovos vai ganhando forma. Crescem as opções para quem deseja ter um modelo 100% elétrico mas não quer desembolsar o valor de um 0 KM. A desvalorização, entretanto, ainda é alta, segundo a plataforma OLX, que reúne os dados de anúncios e negociações de seminovos.
No caso do Caoa Chery iCar, o carro elétrico mais vendido de janeiro a março pela plataforma, em 2023 o seu preço médio na OLX era de R$ 120 mil e caiu para R$ 97,3 mil em 2024, com desvalorização de 18,9%. O Nissan Leaf foi negociado em média, por R$ 197,7 mil em 2023, baixando para R$ 144,1 mil no ano seguinte, com queda de 27,1% no preço médio. Já o Volvo XC40 caiu de R$ 307,2 mil em 2023 para R$ 278,8 mil em 2024, desvalorização de 9,2%.
Já nos modelos a combustão, os três mais vendidos de janeiro a março foram Volkswagen Gol, Fiat Palio e Chevrolet Onix. Dos três modelos, apenas o Fiat Palio apresentou leve desvalorização de 0,7% no preço médio praticado de 2023 para 2024, enquanto Volkswagen Gol e Chevrolet Onix apresentaram valorização de 7,4% e 12,1% respectivamente.
Ranking
O ranking dos elétricos mais vendidos da OLX tem na liderança o Caoa Chery iCar, representando 19% das vendas, seguido pelo Nissan Leaf, com 18% e pelo Volvo XC40 com 13%. Nas outras sete posições estão Renault Kwid E-Tech, Jac E-JS1, Fiat 500E, Mustang Mach-E, Renault Megane E-Tech, BMW i3 e BYD Tan EV.
Flávio Passos, vice–presidente da área de automóveis do Grupo OLX, disse que as razões para os elétricos desvalorizem mais está em itens como a bateria e a rede de recarga no País. Ele ressaltou, porém, que a vida útil da bateria é longa: “É possível encontrar modelos elétricos seminovos em ótimo estado e a sua bateria terá 100% da capacidade por oito anos, caindo para 70% depois disso. Então, o veículo elétrico deverá ter uma vida útil longa”.
Segundo o executivo a alta desvalorização dos veículos elétricos é uma realidade, mas a comparação com modelos similares a combustão não deve ser feita pois são tecnologias diferentes e uma delas ainda é muito nova no País:
“Estudos de especialistas mostram que essa desvalorização é maior mas ainda não é possível realizar comparações porque o segmento elétrico é novo no Brasil e os consumidores e revendedores estão aprendendo a conviver com essa tecnologia. No futuro, quando o veículo elétrico for mais popular, a expectativa é de que as desvalorizações sejam menores”
Fonte: AutoData