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Contrato de home office: quais são as responsabilidades legais das empresas?

Caso evidencia a necessidade de empresas adotarem medidas preventivas para evitar passivos trabalhistas no regime remoto

06/03/2025

Um caso recente reacendeu debates sobre a responsabilidade das empresas em relação à segurança dos trabalhadores em regime de home office. A Justiça do Trabalho condenou uma empresa a pagar R$ 30 mil por danos morais a um funcionário que sofreu um acidente dentro de sua residência durante o expediente. A decisão destaca a necessidade de adoção de medidas preventivas pelas organizações, garantindo condições seguras mesmo fora do ambiente corporativo.

Acidente e decisão judicial

O incidente ocorreu quando o trabalhador caiu da cadeira e fraturou um dos dedos. Apesar de estar em sua própria residência, o Judiciário reconheceu que o evento se enquadra como acidente de trabalho, atribuindo à empresa a responsabilidade de garantir um ambiente seguro ao empregado, conforme previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) .

A legislação trabalhista estabelece que cabe ao empregador assegurar condições adequadas para a execução das atividades profissionais, independentemente do local onde são realizadas. No caso do teletrabalho, a responsabilidade patronal se estende às condições estruturais do home office, o que inclui mobiliário ergonômico, equipamentos adequados e prevenção de riscos ocupacionais.

Responsabilidade da empresa no teletrabalho

Com a ampliação do trabalho remoto, questões relacionadas à segurança do trabalhador e à responsabilidade das empresas tornaram-se mais frequentes nos tribunais. Especialistas ressaltam que a ausência de um contrato detalhado que delimite as obrigações de ambas as partes pode resultar em decisões judiciais desfavoráveis ao empregador.

Para mitigar riscos e evitar passivos trabalhistas, empresas devem adotar medidas preventivas que garantam segurança e conformidade legal. Entre as principais recomendações estão:

  • Formalização de contratos específicos: a implementação de contratos ou aditivos que estabeleçam regras claras sobre fornecimento de equipamentos, estrutura do ambiente de trabalho e responsabilidades em caso de acidentes é essencial para evitar litígios;
  • Fiscalização das condições de trabalho: mecanismos de auditoria, como inspeções virtuais ou presenciais, permitem às empresas verificar se o espaço utilizado pelos empregados atende às exigências de segurança e ergonomia. Estudos apontam que a ausência de supervisão eleva o risco de incidentes e complica a defesa da empresa em eventual processo judicial;
  • Assessoria jurídica especializada: manter uma equipe jurídica ou contratar consultorias especializadas auxilia na elaboração de contratos e no cumprimento das exigências da legislação trabalhista.

Impacto do home office no direito trabalhista

O crescimento do teletrabalho tem impulsionado mudanças na interpretação da legislação trabalhista. Decisões como essa demonstram que as empresas não estão isentas de responsabilidade em relação à segurança do empregado, mesmo quando o trabalho é realizado fora do escritório.

Diante desse cenário, é fundamental que organizações reforcem suas políticas de gestão do trabalho remoto, garantindo não apenas conformidade legal, mas também um ambiente seguro para seus colaboradores. A clareza nos contratos, a fiscalização periódica e a orientação sobre boas práticas são estratégias essenciais para reduzir riscos e evitar indenizações judiciais.

Fonte: Portal Contábeis – Publicado por Juliana Moratto, Editora Chefe

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