Com nova liderança, Faurecia prepara terreno para crescer no Brasil

Empresa mira novos projetos das montadoras, mas cenário atual de baixa produção preocupa a companhia (Por Bruno de Oliveira, AB)
Com nova liderança, Faurecia prepara terreno para crescer no Brasil

Jorge Delic Junior assumiu o cargo de vice-presidente da Faurecia na América do Sul em maio e após dois meses na posição já tem clara a leitura dos desafios e oportunidades que a sistemista tem à frente. A Automotive Business, o executivo afirmou que a operação regional ainda depende de maiores volumes no segmento OEM para crescer mais, e que estão no radar novos projetos junto às fabricantes de veículos.

“Garantir que os nossos fluxos de fornecimento estejam estáveis. Que a gente não venha a ser um problema de desestabilização da cadeia produtiva. E estamos todos trabalhando de modo a garantir que não faltem componentes, nem matéria prima, nem transporte, nem mão de obra para atender as demandas”, disse Delic Junior a respeito das suas metas de curto-prazo à frente da companhia.


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O executivo traça um cenário desafiador no caminho das pretensões da empresa. Dentre eles, o volume atual de produção das montadoras, que caiu nos últimos meses em função da falta de componentes nas linhas. A situação reflete diretamente nas atividades da Faurecia, que fornece, dentre outras partes e peças, painéis de instrumentos de veículos leves e peças de acabamento interno.

“Acho que este ainda é um ano de recuperação pelo que a gente tem visto, quase todas as montadoras têm sofrido com isso. Tem uma grande quantidade de carros incompletos nos pátios por falta de componentes e isso vai ser normalizado ao longo de 2022, com a expectativa de que em 2023 isso esteja estabilizado”, contou o vice-presidente.

Preço das matérias primas (aço e resinas plásticas), guerra na Ucrânia e as eleições também são fatores que preocupam a companhia, mas novos projetos de veículos no radar da a empresa a animam a enxergar o futuro com otimismo.

Crescimento e lançamentos

Delic Junior cita a conectividade como a principal tendência nos lançamentos que serão feitos no mercado brasileiro, e também oportunidades de negócios com as reestilizações dos modelos atuais. Contudo, uma espécie de dever de casa deverá ser executada antes disso, no sentido de preparar a empresa para uma fase de crescimento já esperada para ocorrer no final de 2023.

“Garantir também que não tenhamos grandes buracos financeiros, ou seja, ter uma estrutura adequada ao faturamento que teremos no ano de 2022 e 2023. De 2023 em diante, é planejar o nosso crescimento. Tem novos projetos chegando com quase todas as montadoras. Vamos enfrentar um ciclo de  crescimento, tem muitos carros novos, redesenho de produtos, e a gente vai participar disso”, revelou o executivo.

Delic Junior, da Faurecia: 2022 como um ano de recuperação (Foto: Divulgação)

Ele acredita que a operação local contribuirá para as metas de crescimento estabelecidas pela matriz para todos os mercados. Até 2025, a companhia pretende registrar lucro de 33 bilhões de euros (foram 23 bilhões de euro em 2021), principalmente por meio de uma operação já consolidada com a integração da Hella, comprada por € 5,3 bilhões em um dos maiores acordos recentes da história da indústria de autopeças na Europa.

Sinergias com a Hella

Sobre a integração e possíveis reflexos no mercado brasileito (a Hella mantém produção em Indaiatuba (SP), o executivo contou que os processos ainda dependem de ajustes contratuais envolvendo as matrizes. “Ainda existem detalhes sendo costurados nas duas matrizes e, sim, estamos nos preparando para isso, para se aproximar e trabalhar cada vez mais juntos. Mas a atividade no dia a dia ainda não se iniciou”, disse Deic Junior.

Efetivo em 30 de maio, o vice-presidente é engenheiro mecânico e administrador de empresas. Foi recentemente o CEO da SGS do Brasil. Ele já atuou como executivo na General Cable e Magna International. De 1997 a 2011, atuou em várias posições executivas na Faurecia, sendo a última como vice-presidente da divisão de interiores na América do Sul.

O executivo tem como base a fábrica de São Bernardo do Campo (SP) e se reporta diretamente a Patrick Koller, CEO da Faurecia.

Fonte: Automotive Business

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