Caoa Chery vai produzir só SUVs híbridos no Brasil

Planos da montadora focam em eletrificação da linha feita em Goiás e fim dos modelos puramente a combustão (Por Fernando Miragaya, AB)
Caoa Chery vai produzir só SUVs híbridos no Brasil
Caoa Chery Tiggo 8 Plus e+ é um dos SUVs híbridos que serão produzidos

Sabe aquele papo de focar em produto com valor agregado? A Caoa Chery vai levar isso ao pé da letra no Brasil. Depois de fechar a fábrica de Jacareí (SP) e encerrar a produção de todos os modelos feitos lá em nome de uma promessa de focar em modelos zero combustão no futuro, a marca sino-brasileira também vai colocar a unidade de Anápolis (GO) no rumo da eletrificação. A ordem é investir apenas nas versões híbridas dos SUVs produzidos lá.

Segundo fontes ouvidas pela Automotive Business, o Tiggo 5x, remodelado em fevereiro e com sobrenome Pro, além dos Tiggo 7 e Tiggo 8, deixarão de ter suas variantes puramente a combustão de forma gradual e já a partir deste ano. Desta forma, a fábrica goiana da Caoa Chery manterá apenas a produção destes SUVs com conjuntos híbridos importados da China. Os primeiros modelos, inclusive, devem ser anunciados pela fabricante sino-brasileira em evento na próxima quarta (15).

Motores híbridos dos SUVs da Caoa Chery serão importados

Ou seja, o Grupo Caoa dá mais um passo em deixar de focar em volume e investir em produtos com margens melhores. Com o anúncio do fechamento da fábrica paulista, a Chery deixou de fazer SUVs compactos e sedãs. Foram quatro descontinuações recentes: primeiro, os sedãs Arrizo 5 e Arrizo 6 (este passou a ser importado remodelado e com o sobrenome Pro). Depois, saíram de linha Tiggo 2 (que até já sumiu do site da marca no Brasil) e Tiggo 3x (que nem completou um ano de mercado e sobrevive nas lojas à base de estoques).

Como dito, em Anápolis (GO), a Caoa Chery segue com a produção dos SUVs maiores, sempre com motorização hibrida. O Tiggo 8, por exemplo, também será remodelado e baseado na configuração Plus e+, já vendida na China. O utilitário esportivo é um híbrido plug-in que combina o motor 1.5 turbo com outro elétrico. A potência combinada é de mais de 320 cv e a promessa é de autonomia de até 100 km em modo puramente elétrico.

Quanto ao Tiggo 7 Pro (renovado no fim de 2021), ele deve receber o conjunto híbrido-leve do Tiggo 7 Plus chinês. Este combina um 1.5 turbo a um pequeno gerador elétrico de 48V que alivia o conjunto a combustão em determinadas situações e promete média de consumo na casa dos 17 km/l.

Incentivos e investimento

Vale lembrar que a fábrica de Anápolis se destaca por ser um polo moderno. A unidade abriga o centro de desenvolvimento da Caoa Montadora e recebe incentivos via regime especial para a região Centro-oeste. Além disso, em 2020, a empresa anunciou investimentos de R$ 1,5 bilhão na fábrica.

Empresa diz que SUVs a combustão continuam

A Caoa Chery foi procurada e garantiu que “não há planos de encerramento da produção de veículos a combustão”. A empresa adiantou que as novas estratégias, que incluem eletrificação, serão apresentadas no evento na semana que vem. Fontes dentro da marca, contudo, confirmaram que o processo de eletrificação é “inevitável” e que seguirá um cronograma gradual.

Fonte: Automotive Business

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