“Qualquer associação de classe será tão forte quanto os seus membros queiram fazê-la.”

BYD nega excesso de produção na China e reforça importância de fábrica no Brasil

Stella Li chama de notícias falsas as informações sobre cortes nas linhas chinesas

07/07/2025

Por Pedro Kutney

A vice-presidente global e CEO Américas e Europa da BYD, Stella Li, chamou de notícias falsas as informações que circularam na imprensa internacional nas últimas semanas sobre excesso de capacidade da fabricante, que estaria sendo obrigada a cortar em até um terço o ritmo produtivo de algumas fábricas na China.

“Não é verdade. Às vezes você lê muitas notícias falsas, cartas assustadoras. Isto ocorre porque a BYD é muito bem-sucedida”, disse ela, sugerindo que a concorrência estaria plantando tais informações. Em alusão ao corte de um terço na produção de algumas linhas, a executiva justificou: “Na verdade nos últimos dois, três anos, a BYD cresceu e a demanda sempre foi maior do que a capacidade, por isto estávamos trabalhando em três turnos e isto traz custo muito alto para nós. Então nós estamos construindo suficiente capacidade agora. No próximo ano vamos normalizar [o ritmo] da manufatura”.

Na manhã da sexta-feira, 4, Stella Li participou da inauguração da concessionária número 184 da BYD no Brasil. Do Grupo Unic, está em um dos endereços mais caros da Capital paulista, na Avenida dos Bandeirantes. O plano é, até dezembro, chegar a 250 pontos.

No evento de inauguração da BYD Unic Moema a executiva entregou pessoalmente as chaves do Dolphin Mini número 35 mil no Brasil, o carro elétrico mais vendido do País e também um dos mais baratos. O modelo será o primeiro montado pela BYD em Camaçari, BA, e representa o crescimento do alcance dos carros elétricos no País.

A compradora que recebeu o veículo na nova concessionária representa esse novo cliente: para Mariana Rocha de Oliveira, 28 anos, o Dolphin Mini não é apenas o primeiro BYD e o primeiro elétrico, mas seu primeiro carro na vida, pois ela sempre andou de motocicleta.

Stella Li entrega o BYD Dolphin Mini número 35 mil vendido no Brasil.

Expansão justifica fábrica no Brasil

Todo o crescimento da fabricante chinesa de eletrificados no mercado brasileiro aconteceu em apenas quatro anos. Depois de encerrar 2024 como a décima marca de veículo mais vendida do Brasil, com 76,8 mil emplacamentos, no primeiro semestre deste ano a BYD já subiu para a nona posição, com 47,7 mil emplacamentos registrados, em expressiva alta de 46,5% sobre o mesmo período do ano passado.

Até o momento toda a demanda no País foi atendida com importações da China, em volume até duas vezes superior ao número de carros efetivamente vendidos.

Segundo Stella Li é precisamente por causa da expansão tão rápida que a BYD precisará da fábrica brasileira, ainda em construção em Camaçari, onde deve ser iniciada, neste semestre, a montagem de carros que chegam importados parcialmente desmontados, os kits SKD. A empresa apresentou na terça-feira, 1º de julho, os primeiros Dolphin Mini montados na planta baiana, ainda em fase experimental. Não está claro quando os veículos alcançarão maior nível de nacionalização, com componentes de fornecedores instalados no País.

“Na China nossa capacidade é apenas para a nossa necessidade de negócio local, não para a demanda global”, justificou a executiva sobre a necessidade de construir nova fábrica em Camaçari, a maior da BYD fora da Ásia. “Como temos grande sucesso no Brasil a estrutura que estamos construindo em Camaçari é importante. Nosso desejo é ser uma fabricante de automóveis. Como uma empresa global nós estamos agora expandindo para além das fronteiras, mas nosso princípio sempre é: se o mercado está lá, nós vamos produzir lá.”

Stella Li também voltou a mencionar o plano de transformar a fábrica brasileira em um polo regional de exportação: “No futuro nós também exportaremos os automóveis [feitos no Brasil]. Poderemos distribuir os veículos para outros países sul-americanos”.

A expansão da BYD fora do mercado chinês foi acelerada nos últimos dois anos mas até o momento quase toda a demanda externa foi atendida pelas fábricas da empresa na China. Stella Li destacou que, em 2024, a BYD produziu 4,2 milhões de veículos e se tornou a sexta maior fabricante do mundo. Ela também ressaltou que o crescimento internacional segue em alta não só no Brasil mas também na Europa, onde as vendas, de janeiro a maio, aumentaram vistosos 700% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Fonte: AutoData

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