Por Bruno Oliveira
A Bosch vai iniciar no Brasil o desenvolvimento de um sistema que aplica etanol em motores diesel, anunciou a empresa na quinta-feira, 20.
O projeto, ainda embrionário, consiste em adaptar motores de veículos pesados (retrofit) para que possam realizar a combustão também a partir do etanol. O que reduzirá, portanto, as emissões de CO².
Segundo o CEO da Bosch, Gastón Perez, em um primeiro momento a tecnologia com etanol vai abranger motores de locomotivas e veículos utilizados na mineração.
Há possibilidade de, no futuro, ela ser estendida também para motores diesel de caminhões.
“Um único motor diesel de veículo de mineração consome por ano 1 milhão de litros de diesel, e o Brasil é um importador de diesel”, disse o CEO durante evento realizado em Campinas (SP).
Etanol entre as competências globais da Bosch no Brasil
Os recursos utilizados para custear o desenvolvimento dessa nova tecnologia são próprios, ou seja, pertencem ao atual ciclo de investimento da companhia na região.
Na quinta-feira, a empresa anunciou que receberá da Finep e do BNDES R$ 521 milhões para custear a pesquisa de outros tipos de tecnologia, muitas delas com aplicação no campo.
A operação brasileira, inclusive, se tornou a responsável por todos os desenvolvimentos de componentes e serviços para o agro da Bosch no mundo.
Ministro Alckmin busca acordo bilateral com Alemanha
A respeito da possibilidade de se nacionalizar produtos fabricados hoje na Ásia, em manobra clara de driblar as barreiras de importação criadas pelos Estados Unidos, o CEO da Bosch afirmou que, antes, o país precisa ser mais competitivo para que isso aconteça.
“Independentemente de onde a gente venha a produzir, precisamos primeiro ser mais competitivos no mercado externo”, comentou o executivo.
E por falar em comércio exterior, o vice-presidente da república e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, esteve presente na fábrica da Bosch em Campinas e anunciou que a pasta negociará um acordo de comércio bilateral com a Alemanha.
À reportagem, o ministro não precisou se este possível acordo poderá envolver o setor automotivo nacional.
Mas destacou, por exemplo, que o know-how que o país tem no campo dos biocombustíveis poderá ser algo interessante para os alemães.
Fonte: Automotive Business