“Qualquer associação de classe será tão forte quanto os seus membros queiram fazê-la.”

ABC Paulista apresenta propostas de reindustrialização ao MDIC

Uallace Moreira afirmou que objetivo da Nova Indústria Brasil é colher novas demandas para avançar ou aprimorar o proposto pelo governo

21/07/2025

Por Soraia Abreu Pedrozo

Escutar as dores setoriais da indústria, colher novas demandas e informações para avançar ou aprimorar o que já foi adotado pelo governo e alinhá-las ao que propõe a política de reindustrialização do País, a NIB, Nova Indústria Brasil. Este é o principal objetivo quando o assunto é voltar a fortalecer o segmento. Foi o que afirmou o secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Uallace Moreira, durante participação no Fórum da Indústria do ABC.

O evento, organizado pela Agência de Desenvolvimento Econômico do ABC, em Santo André, SP, propôs alinhar estratégias e apresentar o posicionamento regional com relação à NIB.

Frente ao cenário de desindustrialização que atinge as sete cidades do Grande ABC, e da crescente evasão de empresas, o secretário reforçou a necessidade de se investigar a fundo os motivos que resultaram na redução do emprego industrial na região mas que, independentemente disto, é preciso ter clareza que existe uma tendência de redução de emprego na indústria de modo geral. O que ocorre conforme o ramo de serviços avança.

“O Brasil precisa estar preparado para estes novos desafios, para esta nova fronteira tecnológica. O que significa ter um projeto de desenvolvimento nacional, necessidades que a Nova Indústria Brasil busca refletir, identificando cadeias produtivas que podem se fortalecer.”

E ele prosseguiu: “Torná-las mais densas e completas quer dizer também ver o efeito que podem ter em outros setores, por exemplo, serviços. Até porque a indústria 4.0 vai demandar outro tipo de serviços”.

Moreira ressaltou a necessidade de preparar a sociedade para este novo tipo de emprego que será demandado. “Portanto, retomar a indústria automotiva, de peças e componentes, e de pneumáticos, que está passando por grandes transformações que se refletirão em outras áreas, passa pelo fortalecimento tecnológico e por capacitação”.

Pautas para reindustrialização do ABC Paulista são entregues para Uallace Moreira durante Fórum da Indústria do ABC. Foto: Divulgação.

Não à toa a pauta regional formalizada em documento entregue ao MDIC inclui propostas com foco em capacitação, desenvolvimento de fornecedores locais, atração de investimentos e apoio à transição tecnológica e energética. 

A região sugere trabalhar prioritariamente nas cadeias de dispositivos médicos, mobilidade e propulsão, semicondutores e TICs, química verde e defesa, além de sugerir ações estruturantes como oficinas de fomento, programas de qualificação e estímulo a startups industriais. 

Concorrência externa desenfreada é o que mais incomoda

Quanto aos pleitos setoriais o de borracha reivindicou a elevação da alíquota de importação de pneus como forma de proteção tarifária à indústria nacional, ameaçada pelo avanço das importações. No de autopeças a principal preocupação é com a concorrência externa, com pedido do segmento de elevar alíquotas de importação a fim de conter o ingresso de produtos subsidiados que prejudicam a cadeia produtiva local.

Já o CIESP Diadema apresentou pauta mais ampla, representando a indústria de forma geral. E dos pontos destacados estão a redução da carga tributária, a diminuição das taxas de juros, a adoção de medidas de proteção contra importações predatórias e o fortalecimento de políticas de apoio à inovação tecnológica.

Uallace Moreira lembrou que o governo tem lançado mão de medidas como a oferta de linhas de crédito setoriais e o Mover, Programa de Mobilidade Verde e Inovação, a fim de pavimentar as mudanças.

“Por isto as medidas adotadas a partir da NIB e um diálogo como este, com as entidades de classe, são importantes para que sejam identificadas outras medidas ou aprimoradas as já existentes. O que vale não só para o ABC mas para todo o Brasil.”

Segundo o presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico, Aroaldo Oliveira da Silva, é imprescindível reunir os diversos setores e instituições em torno de um plano comum de desenvolvimento: “Precisamos convergir todas as ações para esse guarda-chuva que vem sendo construído pelo MDIC. A ideia é, então, em momento oportuno, resgatar este debate e firmar um pacto pelo futuro da indústria do ABC”.

Fonte: AutoData

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