Por Ana Paula Machado
Se em 2023 a indústria automotiva no Brasil acelerou a eletrificação, 2024 pode ser o ano em que as ferramentas de inteligência artificial generativa (IAG) começam a ser mais presentes no dia a dia das empresas. Masao Ukon, diretor executivo e sócio sênior do Boston Consulting Group (BCG), acredita que programas de IAG que não demandam grandes investimentos e infraestrutura consolidada e, portanto, podem ganhar força rapidamente em áreas de atendimento ao cliente e no marketing.
“Lá fora, esse tema já está inserido nas empresas. E muitas companhias se perguntam em como usar ferramentas de IAG para melhorar a experiência do cliente. Isso deve acontecer no mercado brasileiro neste ano”, disse Ukon.
A inteligência artificial generativa é a IA caaz de gerar novos conteúdos e respostas, como texto e iimagem. A solução ganhou força no Brasil a partiir de 2023 com o Chat GPT.
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Ukon dia que a IAG pode ser usada em processos internos, em gerenciamento de dados, mas também no apoio em a clientes, pesquisa e desenvolvimento, avaliação de performance de componentes, geração de campanha de marketing, por exemplo.
“Na CES deste ano, por exemplo, esse foi o tema da feira”, afirmou Ukon. “No Brasil é muito difícil fazer qualquer estimativa no curto prazo, mas a mensagem que permanece é a de que vamos ter a convivência com mais tecnologias. Vai ser um ano de mais um passo para a eletrificação.”
2023, o ano do carro elétrico
A eletrificação, aliás, segundo Ukon, foi o que dominou a indústria automotiva no Brasil em 2023 na avaliiação de Ukon. Prova disso, é que as vendas de carros eletrificados superaram as expectativas e quase dobraram no ano passado.
Segundo dados da Associação Brasileira de Veículos Eletrificados (ABVE), no ano passado, foram licenciadas 93.927 unidades, uma alta de 91% no comparativo com 2022.
“Depois de alguns anos desafiadores do ponto de vista da oferta, com os desafios da cadeia de suprimentos, com a Covid, 2023 foi um ano, lá fora, de aceleração da eletrificação e depois redução da demanda, e, no Brasil, esse processo começou a ganhar força”, disse Ukon.
Consolidação da eletrificação no Brasil
Segundo ele, esse avanço no mercado brasileiro é mais gradual, mas ganhou tração com a chegada de novas empresas, novos produtos e o aumento dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento de toda a cadeia automotiva.
Na pesquisa realizada pela BCG com a Anfavea e Sindipeças, realizada em 2020, segundo ele, mostrou que 20% dos entrevistados, naquela época, já investiam em eletrificação e 80% já pensavam em aportar recursos nesses projetos.
“Em 2020, se falava que esse processo seria mais gradual no Brasil em convergência com outras tecnologias. Agora, a cadeia já começa a dar os primeiros passos nessa direção, com novos produtos, novas empresas e a questão regulatória com o Mover (Mobilidade Verde e Inovação). O momento é agora, e o setor começa a se preparar”, ressaltou Ukon.
Fonte: Automotive Business