Por Bruno de Oliveira
Arrancou a produção de veículos da GWM na fábrica de Iracemápolis (SP), quatro anos após a aquisição da unidade junto a Mercedes-Benz. Estão em atividade as áreas de pintura, armação de cabines e a linha de montagem final.
Automotive Business esteve na fábrica na sexta-feira, 15. O ritmo de trabalho ainda é baixo e é natural que seja neste momento – afinal, testes ainda são feitos na fase que é conhecida no meio industrial como “ramp up”. São 570 funcionários na unidade, dos quais 344 na área produtiva. Até o final do ano, quadro deverá chegar a 1 mil funcionários.
De todo modo, o ritmo não deverá ser muito maior do que o atual, considerando que a configuração da fábrica foi estabelecida com base em volumes baixos de produção. Há uma meta de se produzir volumes maiores, mas isso ainda é algo que está sendo estudado.
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Uma produção, inclusive, que inicia ainda com alto conteúdo importado com montagem no esquema CKD/SKD – no âmbito fiscal, contudo, a empresa conseguiu inserir essa produção de veículos desmontados no sistema de tributação individual das peças, que tem alíquota menor na comparação com aquela que incide sobre kits de peças importadas.
Por conta disso, o nível de automação da fábrica (55%), é menor do que o visto nas linhas de produção de montadoras imbuídas na produção de alto volume.
Parte da estrutura é soldada por operadores e não por robôs, assim como o transporte das carrocerias também é feito manualmente. Lembra de certa forma a linha de produção que a BMW mantém em Araquari (SC).
A operação também começa com uma cadeia de fornecedores formada por 18 empresas. São elas: BASF, Unipac, Saint Gobain, Continental, Goodyear, Bosch, PPG, Chemetall, Eftec, Dupont, Total, Petronas, Bluar, Chemours, L&L, Sika, Toro, Clarios. A lista inicial de empresas interessadas no negócio contava com pouco mais de cem.
Durante a visita, ficou claro que a montadora se preocupou em demonstrar que há atividades produtivas em sua fábrica.
A necessidade surgiu depois que a compatriota BYD abriu suas portas em Camaçari (BA) e suscitou dúvidas no mercado acerca do tema: não ficou claro se começou na unidade a montagem de veículos com peças importadas acabadas na China ou se estão sendo executados ali processos de produção, como pintura e soldagem, por exemplo.
Segunda fábrica da GWM no país?
O que se viu, portanto, foi uma fábrica que ainda dá os primeiros passos para atingir a sua capacidade máxima de produção, 50 mil unidades/ano.
Passos mais largos, contudo, demandam vendas mais robustas no mercado local. E caso isso aconteça, novos investimentos deverão ser feitos em produção local, talvez com a construção de uma nova fábrica no país.
Por ora, segundo a empresa, isso são apenas rumores. E rumores a GWM não quis comentar.
Fonte: Automotive Business