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Brasil deve ser maior mercado de caminhões Mercedes-Benz no mundo em 2025

Fabricante tem bom desempenho no primeiro semestre e País deve superar Alemanha novamente este ano

16/07/2025

Por Pedro Kutney

Se tudo continuar como está o Brasil deverá ser, mais uma vez, o maior mercado do mundo em vendas de caminhões Mercedes-Benz, superando a Alemanha, como já tinha ocorrido em 2023. A expectativa foi confirmada por Achim Puchert, CEO global da fabricante – que de 2022 a 2024 foi presidente da operação brasileira.

Em uma rápida visita de não mais de 12 horas à fábrica da empresa em São Bernardo do Campo, SP, nesta terça-feira, 15, especialmente para o relançamento da linha Axor de caminhões extrapesados, Puchert demonstrou confiança no desempenho da operação brasileira: “O Brasil é um mercado-chave para a Mercedes-Benz Trucks por uma série de razões: tamanho, potencial de vendas e oportunidades futuras. Tivemos bons resultados nos últimos anos e continuo confiante com o potencial do Brasil, pois ainda temos aqui bons ingredientes para continuar crescendo”.

A lucratividade da subsidiária brasileira, diz Puchert, também voltou após o plano de reestruturação executado desde 2022. Nem mesmo o cenário de juros nas alturas parece afetar esta expectativa positiva, diz o executivo: “Claro que o juro no Brasil é um risco, mas o País continua indo bem, melhor, inclusive, do que a Alemanha e a Europa, que não têm apresentado o mesmo desempenho”.

Segundo ele o mercado brasileiro da Mercedes-Benz deve ultrapassar o alemão este ano porque a Alemanha atualmente enfrenta dificuldades econômicas e políticas, com inflação impulsionada pelos preços altos da energia, eletrificação difícil de avançar nos caminhões e a instabilidade causada pela persistente guerra da Rússia com a Ucrânia.

Os bons resultados no País não animaram a Mercedes-Benz a divulgar um novo ciclo de investimento na operação brasileira – o último, de R$ 2,4 bilhões, foi executado de 2018 a 2022. Puchert afirma, contudo, que, embora não divulgue valores, os investimentos continuam sendo feitos – como é o caso do relançamento do Axor: “Estamos aprovando os projetos caso a caso, ainda não fechamos um novo pacote. Divulgamos recentemente um plano estratégico até 2030 e possivelmente anunciaremos algumas novidades nos próximos meses”.

Desempenho melhor do que a média

Apesar do cenário econômico de juro alto, que vem retraindo as vendas de caminhões no País – recentemente a Fenabrave revisou sua projeção de crescimento de 4,5% este ano para queda de 7% –, Puchert espera obter resultados considerados bons este ano: “Nosso portfólio agora [com o novo Axor] está mais que completo e estamos melhor preparados para atender às necessidades de nossos clientes. Tivemos bom desempenho no primeiro semestre e deve ser melhor no segundo”.

De fato, enquanto as vendas de caminhões da maioria dos fabricantes instalados no Brasil declinaram no primeiro semestre, os emplacamentos de 12,9 mil unidades da Mercedes-Benz resultaram em crescimento de 13% sobre o mesmo período de 2024, e a marca ganhou 3,6 pontos porcentuais de participação, chegando a 25% nos primeiros seis meses do ano. “Foi a marca que mais cresceu em todos os segmentos”, comemorou Jefferson Ferrarez, vice-presidente responsável pela divisão de caminhões.

Embora a situação seja mais difícil no segmento de extrapesados, que reúne os caminhões mais caros de comprar e financiar, para Ferrarez a situação está longe de ser dramática: “É verdade que as vendas caíram 18% no primeiro semestre, mas porque cresceram muito acima disto em 2024. O mercado de extrapesados cresceu até mais do que o esperado e a taxa de juros já era bastante alta no ano passado. Este ano temos queda mas o segmento ainda representa de 45% a 46% das vendas, são mais de 100 mil caminhões, é um bom número”.

Fonte: AutoData

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