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Montadoras ajustam produção de veículos para 3,7 milhões de unidades em 2025

Capacidade do momento das fábricas é maior do que aquelas registradas nos anos anteriores, apontam dados da consultoria S&P

10/06/2025

Por Bruno de Oliveira

A produção de veículos das montadoras foram configuradas para a fabricação de até 3,750 milhões de veículos no ano, apontaram dados da S&P Global obtidos por Automotive Business. Desse total, as fábricas estariam utilizando aproximadamente 67%.

Esse volume trata-se de um indicador chamado “straight time capacity”, ou capacidade em tempo integral, métrica usada para avaliar a capacidade da indústria em semana de trabalho padrão. Ou seja, como operam no momento.

Não se trata, portanto, da capacidade máxima instalada das fabricantes, que hoje, segundo a consultoria, está em 4,5 milhões de unidades/ano – esse valor, sim, com todas as empresas e linhas em três turnos de trabalho.

Na comparação com os valores verificados pela consultoria no ano passado, esse indicador está 50 mil unidades maior. Neste cálculo da produção veículos pelas montadoras foi considerada a capacidade da fábrica da BYD em Camaçari (BA), a qual deverá iniciar a operação no mês que vem.

A montadora garante que vai começar a produzir em 26 de junho, informação que também foi confirmada pelo sindicato local dos metalúrgicos na segunda-feira, 9. De acordo com Júlio Bonfim, presidente da entidade, a linha de montagem está em fase final de instalação.

BYD perto do início da produção de veículos na Bahia

A reportagem, inclusive, apurou junto a um fornecedor local de automação que um lote de cerca de 400 robôs de manufatura foram negociados pela sua casa matriz com a montadora para serem instalados na unidade. O que indica que o pontapé inicial está de fato cada vez mais perto de acontecer.

A configuração das fábricas para produzir em 2025 também é superior àquela observada em 2023, 3,6 milhões de unidades. Naquele momento, a indústria como um todo lutava contra baixos volumes e interrupções provocadas pela falta de componentes.

Não é o caso do momento. Afora o fato da chegada de um novo competidor, o mercado local encerrou os primeiros cinco meses do ano com produção de veículos 10,7% maior na comparação com o mesmo período no ano passado.

Uma produção sustentada por um mercado interno que cresceu 6% sobre a mesma base, e as exportações que voltaram a dar o ar da graça neste ano, com aumento de 56,6% nos embarques.

Na China, capacidade de produção virou problema

Se por aqui capacidade aparenta não ser algo preocupante, na China, o maior mercado do mundo, e onde estão instaladas fábricas com importante poder de produção, a questão se tornou um ponto de atenção.

De acordo com Li Shufu, presidente da Geely, que também é dona de marcas como Volvo e Zeekr, a indústria automotiva global enfrenta “grave excesso de capacidade”. E isso teria levado a montadora chinesa a não construir novas fábricas ou expandir a produção.

O comentário surge no momento em que a guerra de preços, e as barreiras protecionistas, levam as montadoras chinesas a buscarem novos mercados no exterior. Há, portanto, mais carros montados do que o mercado pode absorver.

Saída pode ser costurar parcerias locais

Cenário similar é visto em parte da Europa, região onde, nos últimos anos, as montadoras anunciaram algum tipo de adequação do parque produtivo a um mercado menor do que aquele que se esperava em um passado não tão distante.

A afirmação do presidente da Geely pode ser vista aplicada de certa forma na parceria produtiva que estabeleceu com a Renault aqui no Brasil. Em vez de construir uma unidade própria, por que não selar amizades com os locais e cortar custos? Foi o que fizeram.

Fonte: Automotive Business

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