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Demanda por seminovos impulsiona setor de autopeças

Fatores como alta nos preços de carros novos aumentam venda de usados e, consequentemente, de suas peças

17/04/2025

A expansão recente na venda de veículos usados tem provocado um movimento em diversos setores da cadeia automotiva, especialmente no comércio de peças. De acordo com um estudo da consultoria McKinsey & Company, o mercado brasileiro de autopeças tem potencial para dobrar de tamanho nos próximos 15 anos. 

Atualmente avaliado em cerca de US$ 13 bilhões, o setor pode atingir a marca de US$ 25 bilhões até 2040. Ainda, o relatório aponta que esse avanço será impulsionado principalmente pelo envelhecimento da frota de veículos em circulação e pela crescente complexidade dos sistemas automotivos. 

Diante desse cenário, será fundamental que o segmento de reposição esteja estruturado para suprir a demanda por manutenção, com disponibilidade de peças e profissionais capacitados.

Conforme dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), o segmento de usados e seminovos registrou a movimentação de 9,9 milhões de unidades em 2024, representando um aumento de 9,2% em comparação com o ano anterior. Esse desempenho destaca a relevância da manutenção preventiva e da oferta de peças de reposição.

Com a alta nos preços dos automóveis zero-quilômetro e o encarecimento do crédito, muitos consumidores passaram a optar pela compra de veículos usados. Segundo dados da Federação dos Revendedores de Veículos Usados (Fenauto), a venda de carros novos cresceu 6,2% no primeiro trimestre, com 399,7 mil emplacamentos. Já a de usados aumentou 8,4% sobre o mesmo período de 2024, atingindo 2,4 milhões de unidades.

Ainda de acordo com a Fenauto, em março de 2025, foram comercializadas 1.378.318 unidades de veículos usados e seminovos no Brasil. Ademais, esse número representa um crescimento de 7,5% em comparação com fevereiro do mesmo ano, e um avanço de 16,7% em relação a março de 2024. Já no acumulado do primeiro trimestre, o total de vendas chegou a 3.886.037 unidades.

Essa escolha tem gerado impactos diretos no setor de autopeças, principalmente no segmento voltado à reposição rápida e à manutenção básica. Entre os itens procurados, estão filtros de ar e óleo, pastilhas de freio, amortecedores, velas de ignição, correias e pneus.

De acordo com a Sindipeças, entidade que representa fabricantes de componentes automotivos no Brasil, houve crescimento nas vendas internas de autopeças voltadas à reposição. Esse movimento acompanha a tendência de valorização dos carros usados no mercado, e indica que proprietários têm se preocupado em manter seus veículos em bom estado de conservação. 

Segundo boletim divulgado pela entidade, a expectativa é de que o faturamento das empresas de autopeças alcance R$ 272 bilhões em 2025, o que representa um crescimento de 4% em relação ao ano anterior, quando o setor registrou R$ 261,5 bilhões em receitas. Já os investimentos previstos para este ano somam R$ 6,6 bilhões, valor 3,1% superior aos R$ 6,4 bilhões investidos em 2024.

Outro fator que favorece esse segmento é a ampliação do estoque de seminovos nas revendas. Esses veículos, ao passarem por revisões para serem comercializados, geram consumo de peças, desde as mais simples até componentes estruturais. 

Portanto, o mercado de carros seminovos segue aquecido, e isso tem refletido diretamente nas prateleiras de autopeças e oficinas. A longevidade dos veículos, combinada ao aumento de preços dos modelos zero-quilômetro, tem sido a principal razão para esse movimento.

Com isso, cresce também a necessidade de um atendimento técnico qualificado e de uma oferta constante de peças de reposição, assegurando o bom desempenho dos automóveis que continuam circulando pelas ruas e estradas do país.

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