De quanto dinheiro um cliente precisa para ter um Porsche no Brasil? De forma objetiva, os carros dar marca têm preços públicos que variam de pouco mais de R$ 400 mil para o Macan e chegam a R$ 1,77 milhão para o 911 GT3 RS, o mais caro da gama. Mas para concretizar vendas, a companhia mira em potenciais consumidores que tenham mais de US$ 1 milhão na carteira – isso sem contar outros carros, casa e bens com menor liquidez.
Apesar de ser uma baita grana, principalmente em um país como o Brasil, a Porsche sabe que pode encontrar esse público aqui. “Estudos indicam que há 250 mil pessoas com esse perfil no país”, contou Leandro Rodrigues Sabes, head de comunicação e relações públicas da companhia, durante o Porsche Road Show, evento que a empresa promoveu no Autódromo Velocitta, em Mogi Guaçu, e atraiu mais de 300 potenciais clientes para testar os modelos da marca na pista.
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Segundo ele, desde 2015, quando a Porsche inaugurou sua operação própria no país, é nesse público de milhão que a marca busca em suas ações de marketing e relacionamento direto.
Todos (os milionários) podem ter um Porsche no Brasil
“É curioso porque muitas pessoas já têm carros premium de marcas como Audi, BMW e Mercedes-Benz, mas ainda não consideram um Porsche como opção de compra por achar que está fora do alcance, o que não é verdade”, observa. Segundo ele, mostrar isso aos endinheirados tem sido um dos esforços da marca desde que aportou na Terra Brasilis.
O empenho tem gerado resultado, com crescimento médio nas vendas de 20% ao ano desde 2015. Em 2021, ainda com a dificuldade da pandemia, a companhia elevou em 24% o volume de emplacamentos: um recorde de 3 mil carros negociados nas 12 concessionárias da marca no país.
“O resultado desse ano depende muito de como a nossa cadeia de fornecedores vai ser comportar”, diz Rodrigo Fonseca, gerente de produto da empresa. Ele lembra que os clientes da Porsche precisam ter paciência acima da média, já que a produção é customizada e, para o carro começar a ser feito na Alemanha, o cliente aqui no Brasil precisa se decidir entre uma série de opções de personalização, incluindo mais de 100 possíveis cores.
Com o apagão de chips eletrônicos em toda a indústria automotiva, no entanto, os prazos para a entrega dos modelos subiram ainda mais. “É difícil falar em um números de dias porque depende das escolhas do cliente para o carro. Não existem duas unidades iguais de Porsche, ainda que sejam do mesmo modelo. Há dificuldades no fornecimento de alguns componentes”, diz Fonseca.
Mesmo assim, com ou sem gargalos na cadeia de valor, a marca espera ficar próxima de seu já tradicional crescimento anual de 20%, principalmente com a estratégia de contar para os consumidores brasileiros que um Porsche está longe de ser acessível, mas também não é inalcançável – para aquele 0,1% da população, claro.
Fonte: Automotive Business






















