Territory, o carrinho que a Ford esquece de mostrar as suas virtudes

A maioria pode achar estranho um SUV pouco conhecido e de preço médio provocar entusiasmo - Artigo de Luiz Carlos Secco
Territory, o carrinho que a Ford esquece de mostrar as suas virtudes

Com a experiência automobilística de 60 anos voltei a sentir o prazer de conduzir um carro que considero inovador e que me surpreendeu pela entusiasmante condução que proporcionou em desempenho no trânsito da cidade, eficiente isolamento acústico dos ruídos transmitidos pelas irregularidades do piso das ruas e pelo funcionamento do motor.

A maioria de vocês pode achar estranho um SUV pouco conhecido e de preço médio provocar entusiasmo. Principalmente os que conhecem produtos mais sofisticados, como Audi, BMW, Mercedes-Benz e alguns japoneses e coreanos. Mas, como não tenho bala na agulha, me permitam me contentar com coisas mais simples. Como diz um amigo, isso é o que tenho para hoje e, por isso, devo me regozijar.

O automóvel ao qual me refiro é o chinês Ford Territory, que surpreendeu pelo espaçoso interior de excelente e agradável acabamento, e o painel de instrumentos, que reúne as tecnologias exibidas em telas 100%¨digitais que oferecem três opções de temas à escolha. Tudo muito atraente.

O Territory é um dos modelos mais conectados da categoria, para Apple CarPlay (sem fio) e para Android Auto (via cabo), permitindo acesso aos aplicativos compatíveis do aparelho, como Waze e Spotify, entre outros.

O pacote de tecnologias torna o carro ainda mais atraente, pelo nível de segurança que oferece. Além de seis airbags, controle eletrônico de estabilidade e de tração, assistente de partida em rampa, sistema de alerta de colisão e frenagem autônoma de emergência que identifica momentos em que existe a possibilidade de colisão, alertando o motorista.

Se, por distração, o condutor do veículo não agir, o sistema aciona os freios de forma autônoma, evitando a colisão ou reduzindo os efeitos, em caso de acidente.

O sistema de aviso de mudança de faixa de rolamento é outro recurso tecnológico que identifica quando o veículo sai da pista de rolamento involuntariamente e também alerta o motorista.

O monitoramento de ponto cego é mais um recurso do automóvel em momentos nos quais os espelhos retrovisores interno e externos não identifiquem outro veículo, moto, bicicleta e até pedestre que se aproximem durante uma ultrapassagem.

E dispõe de outros sistemas para facilitar a missão do motorista como o piloto automático adaptativo com a função stop and go para maior segurança. Ao seguir por vias expressas ou longas avenidas, basta selecionar a velocidade máxima desejada e a distância que se quer manter do veículo à frente. Daí, o Territory se encarrega de controlar a velocidade freando e acelerando sem intervenção do motorista. Para desativar o sistema, basta pisar no freio ou utilizar os controles na coluna de direção.

A principal atração do Territory é o sistema de estacionamento automático. Ao encontrar uma vaga, o motorista deve apertar o botão correspondente no console central e acionar a seta para informar outros motoristas sobre a manobra que pretende realizar.

No painel serão mostrados os comandos que devem ser acionados para a mudança de marcha e não é preciso mover o volante de direção porque o sistema assume a operação de forma autônoma. Ao motorista fica a missão de acelerar suavemente e frear para evitar uma leve colisão com outros veículos que estiverem atrás e à frente.

O passeio com o Territory me proporcionou momentos de satisfação, mas deixou duas dúvidas: uma, do baixo volume de vendas, que somou apenas 114 unidades comercializadas de janeiro a maio, com a baixa média de apenas 22,2 veículos por mês na vigésima quinta posição do mercado. Muito pouco para um carro de muitas virtudes.

A outra é o inocente equívoco de um adesivo informativo aplicado numa das janelas que indica o nível de consumo de gasolina de 9,2 quilômetros por litro no trânsito de cidade e 9,4 quilômetros por litro em estrada. Só que, no passeio que realizei, não chegou a 7 quilômetros por litro.

As verdades são que o Território é um belo exemplar, que a Ford deveria copiar a CAOA mostrando as virtudes desse carrinho e utilizar a força dos jornalistas especializados com programas criativos que garantam amplo espaço em jornais, revistas, sites e em programas de rádio e TV.

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Crédito das imagens: Arquivo Internet
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