“Qualquer associação de classe será tão forte quanto os seus membros queiram fazê-la.”

Otimismo e cautela marcam projeções das montadoras para 2025

23/12/2024

PIB menor e dólar em alta foram os pontos de atenção citados pela indústria para o ano que vem

Por Bruno de Oliveira

As projeções da indústria automotiva para 2025 revelam o tradicional mix de otimismo com cautela, com a indicação de alguns pontos de atenção que podem influenciar no desempenho das montadoras. Para o bem ou para o mal.

Pelos lados da Anfavea, a associação que as representam no país, o ano que vem será de crescimento nos principais indicadores ante os resultados de 2024: emplacamentos (+5,6%), exportações (+6,2%) e produção (+6,8%).

Para desenhar o panorama, a entidade se baseou em um mercado com cada vez mais concessões de crédito, expectativa de maior demanda por veículos nacionais nos mercado vizinhos, sobretudo Argentina, e uma produção consequentemente maior por cauda de tudo isso.

Ano positivo, mas com preocupações

No cenário macro, as projeções mostram otimismo. Mas em análises costuradas individualmente por executivos das montadoras, impera a cautela de sempre em torno de assuntos como juros, dólar e poder de compra do consumidor.

Para Emanuele Cappellano, CEO da Stellantis na América do Sul, existe uma possibilidade considerável de que 2025 seja um espelho de 2024 em vários aspectos, com um mercado interno de veículos crescendo aos poucos, na esteira da redução da Selic.

“Estamos acompanhando tudo isso de perto, mas o fato é que o que dita o ritmo do consumo são os juros, que ainda estão elevados”, contou o executivo. “O mercado ainda não atingiu um teto, há muito espaço para crescer.”

Já Roberto Cortes, presidente da Volkswagen Caminhões e Ônibus, o segmento de pesados deverá ficar atento às flutuações do dólar em 2025. Uma eventual escalada, como a que observamos todos agora na segunda quinzena de dezembro, poderá encarecer o custo de produção das fabricantes.

“Temos que prestar atenção também na queda do PIB, que influencia nas vendas de caminhões no país. Inadimplência é outro ponto que nos preocupa.”

Pelos cálculos da Anfavea, o PIB em 2025 crescerá menos do que em 2024, cerca de 2%. A Selic, por sua vez, maior do que está, 14,25% no ano que vem. O dólar, por fim, em torno de R$ 5,70.

Fonte: Automotive Business

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