Caio completa 75 anos de produção de ônibus

Caio completa 75 anos de produção de ônibus

Comemoração coincide com os 20 anos do Grupo Caio Induscar, formado por mais seis empresas

A Companhia Americana Industrial de Ônibus, mais conhecida como Caio, maior encarroçadora de ônibus urbanos do Brasil, está completando 75 anos de operações neste mês. A história da companhia, fundada em dezembro de 1945, no bairro da Penha, em São Paulo, se confunde com a evolução do transporte público de passageiros no País, onde produziu seu primeiro modelo, a Jardineira, já no mês seguinte, em 10 de janeiro de 1946 (veja galeria de fotos logo abaixo).

Com o crescimento das cidades, a Caio iniciou um processo de desenvolvimento e fornecimento de ônibus para todas as regiões do Brasil, consolidando sua liderança no mercado de ônibus urbanos. Após mais de sete décadas, a marca mantém sua relevância e termina 2020 com cerca de 40% de participação no mercado. Atualmente a companhia mantém um complexo industrial em Botucatu (SP).

Os 75 anos completados das operações industriais da Caio neste mês coincidem com os 20 anos da criação do Grupo Caio Induscar, que ocorreu após a Caio ter decretado falência em dezembro de 2000, resultado de um ano crítico de dificuldades conjunturais econômicas, gerando crises e retração do mercado interno. Após um processo de recuperação exemplar, que envolveu desde funcionários veteranos da Caio, até sindicato, juízes, promotores, advogados e empresários, o negócio foi retomado com a Induscar, que pertence ao Grupo Ruas, e que recebeu autorização da Justiça para assumir a massa falida da Caio, em janeiro de 2001.

O conglomerado é formado por mais outras seis empresas: CPA (Centro de Processamento de Alumínio); Fiberbus (fabricante de peças em fibras); GR3 (Centro de Distribuição de Alumínio); Inbrasp (fabricante de peças de plásticos automotivas, com três fábricas, duas em Botucatu/SP e uma em Betim/MG); Tecglass (fabricante de vidros temperados) e mais recente a Busscar, tradicional marca na produção de ônibus rodoviários no Brasil.

PORTFÓLIO
Ao longo de sua história, a Caio se tornou referência no segmento de ônibus urbano, com um portfólio diversificado. Atualmente, a lista de produtos conta com modelos urbanos do tipo padrón e articulados, mídis, micros e minis. Além destes, também fazem parte do portfólio da marca os veículos especiais para atender à demanda de grandes centros urbanos, tais como ônibus híbridos e os 100% elétricos, além dos modelos utilizados em sistema trólebus, que completam o mix de produtos.

Breve resumo de 75 anos de história da Caio
Dezembro de 1945: O contrato de oficialização de abertura da encarroçadora Caio – Companhia Americana Industrial de Ônibus é assinado por dois entusiastas e empreendedores que, em janeiro de 1946, iniciam as operações da empresa com a produção do primeiro ônibus: a Jardineira.

Fábrica da Caio na Rua Guaiaúna, no bairro da Penha, em São Paulo
Jardineira, primeiro modelo produzido pela Caio em 1946

Jardineira, primeiro modelo produzido pela Caio em 1946Na década de 50, a Caio foi a pioneira na produção de ônibus movido por tração elétrica (trólebus), micro-ônibus e ônibus articulado. Em 1957, a empresa revolucionou a construção de carrocerias, substituindo a madeira por estrutura inteiramente metálica. Mais tarde, houve substituição das chapas de aço comum por galvanizadas, depois por duralumínio.

Estrutura metálica substitui as de madeira nos ônibus em meados da década de 5
Ônibus Papa-filas de 1954

Em 1964, a Caio se tornara a maior fabricante de carrocerias de ônibus do Brasil, tendo fabricado mais de 10 mil unidades desde sua fundação e já com capacidade produtiva de 150 unidades mensais. Produzia carrocerias urbanas, rodoviárias e de turismo, com motor traseiro, além de modelos do tipo lotação.

Na década de 70, a Caio incorporou na estrutura das carrocerias o uso de peças de fibra de vidro. O material fez uma nova revolução na produção de ônibus. A fibra de vidro e o plástico tornaram os veículos mais leves; o piso também sofreu várias mudanças no decorrer dos anos: de assoalho de madeira pesada para compensado e mais tarde, alumínio. Todo o processo de pintura era feito à mão, as colunas de ônibus eram estampadas, o piso de chapa lavrada era rebitado e a lateral não era colada.

Nos anos 80, os chassis eram mais adequados para ônibus, não necessitando mais adaptações e improvisações para montar as carrocerias. Já nos anos 90, a Caio participou dos programas federais de modernização dos trólebus e das carrocerias urbanas, que deram origem ao projeto padron, com iniciativas que definiriam as normas técnicas básicas e de dimensionais, que passariam a ser atendidas pelo transporte urbano de passageiros.

Ônibus Caio Amélia, de 1982

Em 25 janeiro de 2001, a Caio é assumida pela Induscar, que pertence ao Grupo Ruas, formando assim um novo conglomerado, o Grupo Caio Induscar, com outras empresas. No primeiro trimestre de 2001, seu primeiro lançamento após a reestruturação foi o Apache Vip, ônibus urbano para chassis com motor dianteiro, que se tornou um dos carros-chefe da marca, hoje em sua quarta geração.

Ônibus Caio Apache VIP, geração 1
Ônibus Caio Apache VIP, geração 2
Ônibus Caio Apache VIP, geração 3
Ônibus Caio Apache VIP, geração 4


Fonte: Automotive Business

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