A confiança do consumidor brasileiro é afetada pela perda de poder de compra, uma consequência da inflação crescente e dos juros elevados, que encarecem o crédito.
Nesse contexto, o Índice Nacional de Confiança (INC), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), permanece praticamente estagnado desde a segunda metade de 2021, variando um ou dois pontos para cima ou para baixo a cada mês.
Não foi diferente na passagem de fevereiro para março deste ano, com o indicador de confiança estacionado em 89 pontos. Essa pontuação revele pessimismo por parte do consumidor. O INC varia de zero a 200 pontos, sendo que apenas registros acima dos 100 pontos é que denotam otimismo.
Desde janeiro de 2020 o indicador da ACSP não revela um consumidor otimista.
A percepção da Associação Comercial é que o momento atual é complicado para os brasileiros, mas a pesquisa dá indicações de que as expectativas com relação ao futuro da economia e das finanças pessoais são mais positivas.
“As pessoas estão projetando um cenário menos pessimista para o futuro, notamos essa tendência de crescimento da confiança. Mas essa não é a percepção do presente”, disse Marcel Solimeo, economista da ACSP. “Em seis meses, por exemplo, talvez a pandemia já seja uma endemia e o emprego volte a crescer”, destacou.
No caso das finanças pessoais, quando questionados sobre a situação atual, 46% dos entrevistados para ao INC a consideraram muito ruim, enquanto 32% afirmaram que suas finanças estão muito boas.
Mas projetando essa avaliação seis meses no futuro, 52% dos entrevistados acreditam que as finanças pessoais estarão bem melhores, enquanto 12% esperam piora.
A mesma mecânica é observada no caso da percepção em relação ao emprego e à economia regional e nacional.
Como a situação de momento preocupa o consumidor, ele tem postergado as decisões de compra. Hoje, segundo o INC, 40% dos entrevistados afirmam estar menos confiantes para realizar grandes compras, como a de um carro ou uma casa, na comparação com seis meses atrás. Os que afirmaram estar mais confiantes para realizar essas aquisições foram 30%.
No caso de eletrodomésticos, como fogão ou geladeira, 38% disseram estar menos confiantes, contra 34% que afirmaram estar mais confiantes.
Foram ouvidas 1.685 pessoas nas cinco regiões do Brasil para a pesquisa INC, que tem margem de erro de 3% para mais ou para menos, em um intervalo de confiança de 95%.
Fonte: Diário do Comércio – IMAGEM: Pixabay