Apesar da corros\u00e3o no poder de compra, a disponibiliza\u00e7\u00e3o de recursos extraordin\u00e1rios dever\u00e1 contribuir para acelerar as vendas no segundo trimestre de 2022, na compara\u00e7\u00e3o com o primeiro. \u00c9 o que projeta a Confedera\u00e7\u00e3o Nacional do Com\u00e9rcio de Bens, Servi\u00e7os e Turismo (CNC), com base nos dados da Pesquisa Mensal de Com\u00e9rcio (PMC) de mar\u00e7o, divulgados hoje (10\/05), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE). Segundo an\u00e1lise da entidade, a expectativa \u00e9 que as vendas deste ano apresentem crescimento de 1,5% em rela\u00e7\u00e3o a 2021.<\/p>\n\n\n\n
De acordo com a PMC, no encerramento do primeiro trimestre, o volume de vendas do com\u00e9rcio varejista brasileiro cresceu 1,0%, representando o terceiro aumento seguido (janeiro e fevereiro registraram altas de 2,3% e 1,3%, respectivamente) e superando, assim, a expectativa da CNC, que projetava alta de 0,3% sobre fevereiro. No acumulado, os tr\u00eas primeiros meses de 2022 apresentaram avan\u00e7o de 1,3% na compara\u00e7\u00e3o com o mesmo per\u00edodo de 2021 e de 4,8% ante o \u00faltimo trimestre do mesmo ano.<\/p>\n\n\n\n
Na an\u00e1lise da CNC, o cen\u00e1rio econ\u00f4mico corrente n\u00e3o tem sido favor\u00e1vel para um avan\u00e7o mais robusto do com\u00e9rcio, com infla\u00e7\u00e3o ao consumidor anualizada acima de 12%, juros em eleva\u00e7\u00e3o, pre\u00e7os no atacado girando na casa dos 20% e a queda de 6,2% no rendimento real m\u00e9dio do trabalho nos 12 meses encerrados em mar\u00e7o de 2022. No entanto, a retomada do fluxo de consumidores em estabelecimentos comerciais e a desacelera\u00e7\u00e3o dos pre\u00e7os do atacado t\u00eam contribu\u00eddo para um cen\u00e1rio um pouco mais positivo.<\/p>\n\n\n\n
Na m\u00e9dia, os pre\u00e7os dos produtos comercializados pelo varejo ampliado, medidos por meio do deflator da PMC, foram reajustados em 14,2%, nos 12 meses encerrados em mar\u00e7o deste ano. Por sua vez, os pre\u00e7os no atacado, avaliados pelo \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Produtor (IPP) do IBGE, avan\u00e7aram 18,4% no mesmo per\u00edodo, revelando um grau de repasse de 77% aos pre\u00e7os finais aos consumidores. \u201cEmbora o quadro atual esteja longe de se revelar confort\u00e1vel para a forma\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os, principalmente no varejo, as press\u00f5es advindas do atacado sugerem perda de for\u00e7a nos reajustes ao longo dos \u00faltimos meses, na medida em que a infla\u00e7\u00e3o no atacado chegou a superar os 35% em maio de 2021\u201d, observa o presidente da CNC, Jos\u00e9 Roberto Tadros.<\/p>\n\n\n\n
Pre\u00e7os no atacado e recursos extraordin\u00e1rios melhoram as expectativas<\/strong><\/p>\n\n\n\n O economista da CNC respons\u00e1vel pela an\u00e1lise, Fabio Bentes, estima que, confirmada a tend\u00eancia de desacelera\u00e7\u00e3o dos pre\u00e7os no atacado, os pre\u00e7os no varejo tender\u00e3o tamb\u00e9m a perder for\u00e7a, tornando menos acentuado o processo de avan\u00e7o da taxa b\u00e1sica de juros nos meses subsequentes, o que explica o fato de a CNC ter revisado a proje\u00e7\u00e3o inicial, que antes era de +1,1%.<\/p>\n\n\n\n Bentes observa que o segundo trimestre deste ano dever\u00e1 ser \u201cirrigado\u201d pela disponibiliza\u00e7\u00e3o de recursos extraordin\u00e1rios, como a antecipa\u00e7\u00e3o do 13\u00ba sal\u00e1rio a aposentados e pensionistas do INSS; saques do FGTS; e, principalmente, recursos decorrentes do Aux\u00edlio Brasil. \u201cSe por um lado, essas iniciativas prolongam press\u00f5es inflacion\u00e1rias, por outro, ajudam a recompor a renda das fam\u00edlias no curto prazo, dando f\u00f4lego \u00e0s vendas no varejo\u201d, avalia o economista. A CNC projeta que o Aux\u00edlio Brasil e os saques do FGTS devam injetar no varejo R$ 39 bilh\u00f5es ao longo de 2022.<\/p>\n\n\n\n