{"id":27115,"date":"2022-01-11T11:17:52","date_gmt":"2022-01-11T14:17:52","guid":{"rendered":"https:\/\/portaldaautopeca.com.br\/?p=27115"},"modified":"2022-01-11T11:17:56","modified_gmt":"2022-01-11T14:17:56","slug":"lojista-inflacao-exige-precisao-na-hora-de-definir-precos","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/portaldaautopeca.com.br\/noticias\/local\/lojista-inflacao-exige-precisao-na-hora-de-definir-precos\/","title":{"rendered":"Lojista! Infla\u00e7\u00e3o exige precis\u00e3o na hora de definir pre\u00e7os"},"content":{"rendered":"\n

<\/a><\/a><\/a><\/a>Comprar por 100 e vender por 200 era o que Samuel Klein, fundador da Casas Bahia, costumava dizer para justificar o sucesso do seu neg\u00f3cio.<\/p>\n\n\n\n

No passado, at\u00e9 que o mantra poderia dar certo. Na era de e-commerce, cliente mais exigente e consciente e revolu\u00e7\u00e3o nos h\u00e1bitos de consumo, a pr\u00e1tica n\u00e3o funciona mais.<\/p>\n\n\n\n

Quem garante s\u00e3o os especialistas em forma\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os. E neste momento de infla\u00e7\u00e3o beirando os 10% ao ano, dizem eles, vai sobreviver s\u00f3 quem n\u00e3o errar no pre\u00e7o.<\/p>\n\n\n\n

Definir o pre\u00e7o de um produto \u00e9 uma das maiores dificuldades do pequeno empreendedor brasileiro, de acordo com Felipe Chiconato, consultor financeiro do Sebrae SP.<\/p>\n\n\n\n

Das cerca de 1.400 consultorias que deu no \u00faltimo ano, diz ele, pelo menos 70% estavam focadas em ajudar os empres\u00e1rios a estabelecer pre\u00e7os para os seus produtos.<\/p>\n\n\n\n

Depois da Covid-19, cerca de 80% das demandas de clientes de Gustavo Marques, consultor financeiro especializado em varejo, est\u00e3o concentradas em precifica\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

\u201cEstou h\u00e1 12 anos no Sebrae e nunca trabalhei tanto quanto neste per\u00edodo de pandemia. O empreendedor se d\u00e1 conta que est\u00e1 com pre\u00e7o errado quando a economia est\u00e1 ruim\u201d, diz.<\/p>\n\n\n\n

Na \u00faltima quarta-feira (05\/01), Chiconato deu consultoria para cinco empreendedores. \u201cEm quatro delas, eles me pediram para ensinar como definir pre\u00e7os.\u201d<\/p>\n\n\n\n

\u201cComo a receita caiu, a participa\u00e7\u00e3o das despesas fixas subiu. Soma-se a isso a alta da infla\u00e7\u00e3o. Resultado: uma tempestade perfeita para causar uma trag\u00e9dia nas empresas\u201d, diz Marques.<\/p>\n\n\n\n

N\u00c3O TEM F\u00d3RMULA<\/strong><\/p>\n\n\n\n

A precifica\u00e7\u00e3o come\u00e7a a incomodar o empreendedor, de acordo com Chiconato, quando a conta da empresa n\u00e3o fecha.<\/p>\n\n\n\n

Isto \u00e9, quando a despesa \u00e9 maior que a receita e a opera\u00e7\u00e3o n\u00e3o d\u00e1 mais lucro.<\/p>\n\n\n\n

Em tempo de custos em alta e temporada de promo\u00e7\u00f5es e liquida\u00e7\u00f5es no com\u00e9rcio, a press\u00e3o sobre as finan\u00e7as das empresas s\u00f3 aumenta.  <\/p>\n\n\n\n

Diferentemente do que muitos empres\u00e1rios entendem, n\u00e3o existe uma f\u00f3rmula pronta para chegar ao pre\u00e7o de uma mercadoria.<\/p>\n\n\n\n

\u201cO pre\u00e7o n\u00e3o \u00e9 definido por uma conta matem\u00e1tica. H\u00e1 outros aspectos que o define.\u201d<\/p>\n\n\n\n

\u00c9 claro, diz Chiconato, que o pre\u00e7o n\u00e3o pode ser menor do que o custo do produto mais impostos, frete, comiss\u00f5es e taxas pagas para administradoras de cart\u00f5es, marketplaces.<\/p>\n\n\n\n

O empreendedor tem de olhar tamb\u00e9m o pre\u00e7o dos concorrentes e estabelecer um posicionamento da marca ou do produto. Isto \u00e9, a faixa de valor que vai disputar no mercado.<\/p>\n\n\n\n

O exemplo que ele d\u00e1 \u00e9 de um X-salada, sandu\u00edche formado por p\u00e3o, carne, queijo, alface e tomate.<\/p>\n\n\n\n

O X-salada de uma padaria pode custar R$ 10, e o de uma hamburgueria gourmet, R$ 40.<\/p>\n\n\n\n

\u201cEm qual faixa de pre\u00e7o o empreendedor quer se posicionar?\u201d Esta \u00e9 a pergunta que precisa ser respondida para qualquer tipo de produto.<\/p>\n\n\n\n

O empres\u00e1rio tamb\u00e9m precisa identificar qual \u00e9 a percep\u00e7\u00e3o de valor que o cliente tem de seu produto e ou servi\u00e7o.<\/p>\n\n\n\n

\u201cSe ele disser que o seu hamburguer \u00e9 um cl\u00e1ssico dos anos 70, pode agregar mais valor para o produto? Ningu\u00e9m consegue vender para todo mundo. Precisa identificar o cliente-alvo\u201d, diz.<\/p>\n\n\n\n

Neste cen\u00e1rio de instabilidade econ\u00f4mica, o empres\u00e1rio n\u00e3o pode simplesmente ficar preso, por exemplo, ao que faz uma grande marca.<\/p>\n\n\n\n

\u201cUma loja que vende camiseta b\u00e1sica n\u00e3o pode subir R$ 1 o pre\u00e7o s\u00f3 porque a Hering subiu R$ 1 o pre\u00e7o na semana anterior\u201d, afirma.<\/p>\n\n\n\n

Os lojistas que buscam por sua consultoria, diz ele, tendem a multiplicar por 2 ou por 2,5 o pre\u00e7o que pagaram pelos produtos para estabelecer o deles.<\/p>\n\n\n\n

Na verdade, diz ele, isso n\u00e3o est\u00e1 errado, mas \u00e9 uma pr\u00e1tica que funciona como uma loteria.<\/p>\n\n\n\n

\u201cPode dar certo, como pode n\u00e3o dar. O momento atual exige um controle muito mais apurado dos custos para formar os pre\u00e7os, inclusive na casa de centavos.\u201d<\/p>\n\n\n\n

Os diss\u00eddios dos trabalhadores no com\u00e9rcio precisam ser considerados, diz ele, assim como os alugu\u00e9is, que chegaram a subir 30% em 12 meses com corre\u00e7\u00e3o pelo IGP-M.<\/p>\n\n\n\n

\u00c9 preciso tamb\u00e9m, neste momento, ter muito cuidado com promo\u00e7\u00f5es e liquida\u00e7\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n

Uma cliente de Marques do setor de vestu\u00e1rio colocou por R$ 190 um modelo de cal\u00e7a jeans que, para n\u00e3o ter preju\u00edzo, teria de ser vendido a R$ 198, no m\u00ednimo.<\/p>\n\n\n\n

\u201cEssa empreendedora multiplicava tudo por 2,3. Se pagava R$ 100 por uma cal\u00e7a, vendia a R$ 230. Para ter uma margem boa, na verdade, ela teria de multiplicar por 2,4\u201d, diz.<\/p>\n\n\n\n

Leyre da Silva Pinto, diretor da rede de franquia C\u00f3digo Girls, diz que cada grupo de produtos de sua rede tem uma margem sobre o custo.<\/p>\n\n\n\n

\u201cNo jeans aplicamos 1,2, nas pe\u00e7as b\u00e1sicas de alto giro, 0,9, nas diferenciadas, 2,5. \u00c0s vezes, reduzimos os pre\u00e7os em uma das lojas por conta da concorr\u00eancia local\u201d, afirma ele.<\/p>\n\n\n\n

Neste per\u00edodo de infla\u00e7\u00e3o, de acordo com Marques, o lojista precisa ter bem claro os itens que vendem mais e os que vendem menos, e antecipar as compras dos mais demandados.<\/p>\n\n\n\n

\u201cUm cliente vendia bem bombas para piscina, e o que ele fez foi comprar mais este produto. Quando dobrou de pre\u00e7o, ele repassou s\u00f3 uma parte, ficando competitivo no mercado\u201d.<\/p>\n\n\n\n

De acordo com ele, fazer estoque de produto que vende, e n\u00e3o \u00e9 perec\u00edvel, \u00e9 um bom neg\u00f3cio em \u00e9poca de infla\u00e7\u00e3o alta, pois o lojista n\u00e3o pode cair na armadilha de subir pre\u00e7o todo o m\u00eas.<\/p>\n\n\n\n

A mesma f\u00f3rmula que teria dado certo para o fundador da Casas Bahia, comprar por 100 e vender por 200, n\u00e3o teria a menor chance de dar certo hoje, diz ele, com o e-commerce.<\/p>\n\n\n\n

Tem empres\u00e1rio que compra por 100 e vende por 160, diz Marques, porque consegue ter custo menor na opera\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Abaixo, Marques d\u00e1 algumas pistas de como definir pre\u00e7os em \u00e9poca de infla\u00e7\u00e3o elevada.<\/p>\n\n\n\n