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<\/p>\n\n\n\nAlta representa uma recupera\u00e7\u00e3o de apenas uma parte da queda de abril (Por Cristina Indio do Brasil – Rep\u00f3rter da Ag\u00eancia Brasil – Rio de Janeiro \/ Foto: \u00a9 Marcello Casal jr\/Ag\u00eancia Brasil)<\/p>\n\n\n\n
Os investimentos cresceram 1,6% em maio na compara\u00e7\u00e3o com o m\u00eas anterior. Em rela\u00e7\u00e3o ao mesmo per\u00edodo de 2020, a expans\u00e3o ficou em 0,5%. Os dados, do Indicador Mensal de Forma\u00e7\u00e3o Bruta de Capital Fixo (FBCF), foram divulgados hoje (2) pelo Instituto de Pesquisa Econ\u00f4mica Aplicada (Ipea). O indicador \u00e9 composto por m\u00e1quinas e equipamentos, constru\u00e7\u00e3o civil, outros ativos fixos e a sua evolu\u00e7\u00e3o representa aumento da capacidade produtiva da economia e a reposi\u00e7\u00e3o da deprecia\u00e7\u00e3o do estoque de capital fixo.<\/p>\n\n\n\n
Segundo o Ipea, a alta nos investimentos de maio representa uma recupera\u00e7\u00e3o de apenas uma parte da queda de 17,4% registrada no m\u00eas anterior. Em abril, os investimentos foram influenciados pela forte queda nas importa\u00e7\u00f5es, explicada por uma base de compara\u00e7\u00e3o elevada em mar\u00e7o. Tamb\u00e9m foram contabilizadas muitas opera\u00e7\u00f5es envolvendo importa\u00e7\u00f5es de plataformas de petr\u00f3leo associadas ao Repetro, o regime aduaneiro especial de exporta\u00e7\u00e3o e de importa\u00e7\u00e3o de bens que se destinam \u00e0s atividades de pesquisa.<\/p>\n\n\n\n
\u201cEsse regime se encerrou em dezembro do ano passado, mas mesmo tendo acabado existe uma defasagem com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 contabiliza\u00e7\u00e3o do que aconteceu at\u00e9 dezembro, por isso a gente ainda viu ao longo dos cinco primeiros meses de 2021 esse feito ainda nas estat\u00edsticas porque s\u00e3o coisas que aconteceram at\u00e9 dezembro do ano passado, mas ainda est\u00e3o sendo contabilizadas\u201d, explicou o autor do estudo e pesquisador do Ipea, Leonardo Carvalho, em entrevista \u00e0 Ag\u00eancia Brasil.<\/p>\n\n\n\n
\u201cAo longo dos pr\u00f3ximos meses, a gente espera que isso pare de acontecer. A tend\u00eancia \u00e9 que esses efeitos cont\u00e1beis se encerrem de uma vez por todas, e possamos ter uma vis\u00e3o mais clara sem esse tipo de ru\u00eddo\u201d, disse.<\/p>\n\n\n\n
Com o resultado, no trimestre m\u00f3vel terminado em maio o indicador continuou apresentando queda de 19,2% em rela\u00e7\u00e3o ao per\u00edodo anterior terminado em fevereiro. Mesmo assim, em rela\u00e7\u00e3o ao mesmo trimestre de 2020, o indicador de FBCF mostrou alta de 20%. No resultado acumulado em 12 meses encerrado em maio, os investimentos apresentaram expans\u00e3o de 7,2% contra 6,9% registrado em abril.<\/p>\n\n\n\n
O consumo aparente de m\u00e1quinas e equipamentos apresentou alta de 15% em maio, encerrando o trimestre m\u00f3vel com queda de 32,9%. Enquanto a produ\u00e7\u00e3o de m\u00e1quinas e equipamentos destinados ao mercado interno apresentou crescimento de 4,8% no m\u00eas, a importa\u00e7\u00e3o cresceu 82,9% no mesmo per\u00edodo. Esse comportamento vol\u00e1til nos \u00faltimos meses, tem sido explicado, em grande medida, pelo efeito das chamadas importa\u00e7\u00f5es fictas de plataformas de petr\u00f3leo associadas ao Repetro. No acumulado em 12 meses, a demanda interna por m\u00e1quinas e equipamentos registrou aumento de 12,5%.<\/p>\n\n\n\n
O indicador de investimentos em constru\u00e7\u00e3o civil, ap\u00f3s modesto crescimento verificado em mar\u00e7o, teve a segunda queda consecutiva na margem, recuando 1% em maio. Com isso, o segmento apresentou uma queda de 4,9% no trimestre m\u00f3vel.<\/p>\n\n\n\n
Para Leonardo Carvalho, at\u00e9 o m\u00eas de maio os indicadores de atividades e de emprego apresentavam queda. Em junho, j\u00e1 houve uma revers\u00e3o em rela\u00e7\u00e3o ao n\u00edvel de atividade do setor e tamb\u00e9m nos n\u00edveis de emprego. \u201cA gente espera que j\u00e1 em junho o nosso indicador tamb\u00e9m apresente alguma melhora nesse componente da constru\u00e7\u00e3o, que \u00e9 um componente importante para a economia como um todo, porque assim como servi\u00e7os, a constru\u00e7\u00e3o civil emprega muito. Ent\u00e3o, como a gente ainda convive com taxas muito elevadas de desocupa\u00e7\u00e3o, a recupera\u00e7\u00e3o da constru\u00e7\u00e3o civil, assim como a de servi\u00e7os, s\u00e3o fatores importantes para sustentar uma recupera\u00e7\u00e3o mais robusta da economia, atrav\u00e9s do mercado de trabalho que \u00e9 o que realmente d\u00e1 sustenta\u00e7\u00e3o ao consumo e ao investimento\u201d, disse.<\/p>\n\n\n\n
O pesquisador destacou que com o avan\u00e7o da vacina\u00e7\u00e3o e a realiza\u00e7\u00e3o de alguns projetos de infraestrutura, que v\u00e3o acontecer ao longo do ano, \u00e9 poss\u00edvel ocorrer uma melhora nos investimentos. \u201cV\u00e3o melhorar tamb\u00e9m por causa da recupera\u00e7\u00e3o da constru\u00e7\u00e3o, que \u00e9 um componente com peso relevante e que emprega bastante\u201d, acrescentou.<\/p>\n\n\n\n
O estudo apontou ainda que na compara\u00e7\u00e3o interanual, o desempenho foi heterog\u00eaneo. O destaque ficou por conta do componente constru\u00e7\u00e3o civil, que subiu para um patamar 7,2% superior a maio de 2020. Enquanto o componente outros ativos fixos teve queda de 4,1%, e na demanda por m\u00e1quinas e equipamentos o recuo ficou em 4%. Na compara\u00e7\u00e3o trimestral, os resultados foram positivos.<\/p>\n\n\n\n
\u201cNas compara\u00e7\u00f5es com o ano passado, a gente tem visto resultados elevados porque foi um per\u00edodo ruim, particularmente no m\u00eas de abril. A partir de maio j\u00e1 se v\u00ea alguma recupera\u00e7\u00e3o, mas especificamente nos investimentos, com um m\u00eas de maio muito forte e uma recupera\u00e7\u00e3o elevada em maio do ano passado, ent\u00e3o, isso explica porque o crescimento contra esse m\u00eas de maio do ano passado foi modesto no nosso indicador\u201d, disse.<\/p>\n\n\n\n
De acordo com Leonardo Carvalho, embora tenha ocorrido um bom desempenho basicamente puxado pelo componente de m\u00e1quinas e equipamentos, o indicador tem apresentado uma volatilidade um pouco maior nos \u00faltimos meses ainda por conta do efeito das importa\u00e7\u00f5es de plataformas de petr\u00f3leo. \u201cA gente tem tido uma varia\u00e7\u00e3o muito grande no resultado das importa\u00e7\u00f5es, muito por causa disso. Ent\u00e3o, se no m\u00eas passado as importa\u00e7\u00f5es ca\u00edram 78%, esse m\u00eas elas cresceram 82%. Isso tamb\u00e9m ajudou, em parte, a explicar o resultado positivo, mas \u00e9 um ru\u00eddo que tem prejudicado um pouco o entendimento da evolu\u00e7\u00e3o desses componentes do investimento\u201d, explicou.<\/p>\n\n\n\n
O pesquisador destacou que de um modo geral, em termos de confian\u00e7a, ao se observar os resultados das pesquisas da Funda\u00e7\u00e3o Getulio Vargas (FGV) e da pr\u00f3pria Confedera\u00e7\u00e3o Nacional da Ind\u00fastria (CNI), se v\u00ea um n\u00edvel de confian\u00e7a bastante positivo dos empres\u00e1rios, tanto nos setores de bens de capital, m\u00e1quinas e equipamentos, quanto nos setores da constru\u00e7\u00e3o civil.<\/p>\n\n\n\n
\u201cEsse componente constru\u00e7\u00e3o ainda vem um pouco pior nos \u00faltimos meses, mesmo assim a gente observa tamb\u00e9m um n\u00edvel de confian\u00e7a positivo dos empres\u00e1rios do setor. O que eles t\u00eam reclamado muito, e isso ajuda a explicar o por que o setor tem apresentado esse desempenho um pouco mais modesto, s\u00e3o os problemas com insumos. N\u00e3o s\u00f3 na constru\u00e7\u00e3o, mas alguns setores da ind\u00fastria t\u00eam sofrido bastante com a escassez de insumos, mas tamb\u00e9m com o aumento dos custos. Esses dois problemas tamb\u00e9m t\u00eam afetado bastante o setor da constru\u00e7\u00e3o civil\u201d, disse.<\/p>\n\n\n\n
O autor do estudo disse que no final de mar\u00e7o o Ipea projetava uma queda do segundo trimestre contra o primeiro de 9,3%. Grande parte disso, tamb\u00e9m, segundo ele, se explica pelo efeito de base de compara\u00e7\u00e3o envolvendo a importa\u00e7\u00e3o de plataformas que inflaram muito os investimentos no primeiro trimestre. \u201cPara o acumulado do ano em 2021, a gente est\u00e1 prevendo um aumento de 10,7% dos investimentos. Claro que tem um ano de 2020 com todos os problemas que a gente j\u00e1 sabe e \u00e9 normal que tenha um crescimento maior em ano seguinte ao da crise\u201d, disse.<\/p>\n\n\n\n